O terceiro álbum autoral da carreira solo da cantora Olivia Genesi, é caracterizado por um apanhado de várias referências e influências musicais, fato que fica característico ao longo das onze faixas do disco.

Lançado em 2009, “Só a Música Faz”, abre com a faixa de mesmo nome, uma canção de harmonia complexa e tensa, que experimenta saborosas variações musicais, e presta uma épica homenagem à música. Aliás, o prazer da música, em sua essência, é homenageada em outros momentos do disco, como “Ah! Música (Incidental “Amor é...”)”.

Com um início fabuloso como esse, o álbum se desenrola ao longo de sons que remetem ao Jazz, caso da minimalista “Rotina” e de sua sequência “E Você Meu Amor, Não Vem?”; Rock, no caso da ótima “Tudo”; Folk, na linda “Sweet Soul Singing”; e até tons regionais, no caso de “Tão Longe”.

Além de homenagear a essência da música, o disco também parece tratar de perdas em vários momentos, o que incrusta melancolia em várias canções do disco, entre eles, “Bring The Boy Back Home”, e em “Ausência”. Sendo mais específico, a canção “Ausência” é deveras espetacular. Ela consegue reunir de uma só vez a psicolia beatle, com o trovadorismo de Zé Ramalho, tudo isso adornado por violinos, guitarra forte e uma interpretação, no mínimo, genial de Olivia.

Existencial, psicodélico, pop, que em momentos consegue ser grandioso, e em outros minimalista, “Só A Música Faz” é um registro que mostra que a cantora Olivia, agora com quatro discos autorais - e nove álbuns lançados ao todo – já pavimentava o seu caminho para uma carreira elogiável.