Por Anderson Nascimento
Originalmente lançado em DVD no ano de 2011 pela gravadora Coqueiro Verde, o show “Off The Hook – Live In Chicago” flagra Peter Frampton à vontade com o público e repertório. O artista abre mão de alguns sucessos para incluir músicas de outros artistas e lados B, além de brincar com os presentes de maneira reverente. Neste mês de maio o show volta a ganhar luz pela mesma gravadora, agora sob forma de álbum, por enquanto, via streaming.
Gravado no WTTW Studios, em Chicago, há exatamente onze anos, Frampton abre o show com uma guitarra nervosa, com timbres tipicamente utilizados no Hard-Rock, fazendo a cama perfeita para um solo arrasador na instrumental “Off The Hook”. O clima permanece quente com uma versão arrasadora de “Lying”, enquanto a emocionante “Lines on My Face” dá o tom melancólico do disco, preparando os expectadores para a entrada de “Show Me The Way”. O clássico do guitarrista, mesmo envelhecido pelo tempo, continua sempre emocionante.
A grande surpresa do repertório é “Black Hole Sun”, clássico do Soundgarden, que aqui ganha uma belíssima versão instrumental, que só ganha letra em seu refrão, feito no indefectível vocoder, que é uma das marcas do artista.
Após “Baby I Love Your Way”, outra canção que não pode faltar em seu repertório, o Rock volta a pesar em “Do You Feel Like We Do” em uma versão de 18 minutos, em que a banda é apresentada ao público.
Após emocionar a todos com a acústica “Winds of Change”, do álbum de mesmo nome, lançado em 1972, e emendar “I Need a Ground”, de “Now” (2003), seu então mais recente álbum, Peter emenda uma sequência de longas versões iniciada por “Money (I’ll Give You)”, “Can’t Take That Way” e “Don’t Need No Doctor”, esta última, uma regravação feita pela sua banda “Humble Pie” em 1971, todas passam dos 10 minutos de duração.
A joia da coroa é uma linda versão de “While My Guitar Gently Weeps”, canção dos Beatles, composta por George Harrison, onde Frampton se delicia com solos encantadores. A mesma canção também fora gravada no já citado álbum de estúdio “Now”, em 2003, como uma homenagem ao Beatle recém-falecido.
Em um show em que o artista interage com o público e apresenta um repertório interessante, é difícil saber quem se diverte mais, se é Peter ou seus fãs. A única conclusão que podemos tirar após ouvir (ou assistir) a esse show é que trata-se de 1 hora e 44 minutos muito bem aproveitados.