Após dividir a liderança do Humble Pie - uma das mais marcantes e comercialmente injustiçadas bandas de blues rock do mundo -, o vocalista/guitarrista Peter Frampton investiu em uma carreira solo que resultou em um meteórico período de "vacas gordas" para o mundo da música (alguém pensou no clássico álbum ao vivo "Frampton Comes Alive", de 1976).
Em 2010, após lançar álbuns quase tão bons quanto os da sua antiga banda - ainda que tais trabalhos apresentem uma sonoridade mais voltada ao classic rock e ao soft rock -, o Sr. Frampton entrega "Thank You Mr. Churchill", mostrando que ainda sabe tocar um rock maduro e vigoroso, ao mesmo tempo. De fato, isso já pode ser notado logo na curiosa faixa-título, que abre o álbum com uma temática bastante biográfica.
Falando em vigor, tal característica estava em falta nos álbuns anteriores, os quais pecavam pelo excesso de violões e baladas. Aqui, temos apenas flertes com esta vertente, através da linda e criativa "Vaudeville Nanna and the Banjolele", da melancólica - e quase sussurrada - "Black Ice", e da eclética e instrumental "Suite: Liberte" - que se divide na parte acústica "Megumi", e no blues "Huria Watu".
Mas espere um pouco... estávamos falando de rock, não? Pois bem, o competente guitarrista nos brinda com as vibrantes "Solution" (uma das melhores músicas do ano, fácil fácil) e "Road to the Sun" (que poderia ser também um ótimo single, se não fosse pela duvidosa presença do seu filho Julian Frampton nos vocais), além do agradável pop/rock "I m Due a You".
Destaque também para a levada arrastada e pesada de "Asleep at the Wheel", a qual combina muito bem com a temática da música. Destaque ainda maior para a semi-acústica e sombria "Restraint", que consegue ser um dos rocks mais brilhantes e "pesados" do álbum. Sem deixar a peteca cair, Frampton ainda entrega o ótimo hard rock "I Want It Back" e o funk rock dançante "Invisible Man".
Em uma certa mescla de sub-gêneros, temos como resultado em "Thank You Mr. Churchill" uma espécie de "rock clássico dos dias atuais", uma sonoridade que cai como uma luva para Peter Frampton - tanto o vocalista quanto o guitarrista. Ao final deste que certamente ficará marcado como um dos seus melhores trabalhos, podemos apenas dizer: Thank you, Mr. Frampton!
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Publicado Originalmente no blog
Rock em Análise.