Resenha do Cd Subhuman Race / Skid Row

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SUBHUMAN RACE
SKID ROW
1995

ATLANTIC RECORDS
Por Fabio Cavalcanti

Quantas vezes você leu sobre álbuns "injustiçados", analisados por - pasmem - fãs da banda responsável pela bomba? Claro, é muito fácil dizer que um dos piores álbuns de uma certa banda merece ser escutado com mais atenção, e "blá, blá, blá"... Mas, e quando o álbum "ruim" em questão é claramente um dos melhores da banda, e chega a bater até algum de seus trabalhos mais clássicos? Este é o caso de "Subhuman Race", a pérola escondida do Skid Row.

Lançado no obscuro ano de 1995, uma época nada favorável aos artistas de "hair metal", o terceiro álbum de um ainda semi-novato Skid Row traz a típica sonoridade experimentada pela maioria das bandas de hard rock oitentista nos anos 90: um som mais pesado, moderno, e calcado no grunge. Se 9 em cada 10 bandas dessa "turma" falharam em tal "upgrade", o Skid Row acertou em cheio, mostrando um possível talento no ato de se adaptar a certos movimentos musicais, sem perder um pingo da sua qualidade musical - o que, obviamente, nunca pudemos conferir de fato, devido ao "hiato" nas atividades do grupo após a saída do vocalista Sebastian Bach.

O chute inicial é dado com "My Enemy", um poderoso rock cadenciado que lembra o grunge de bandas como Soundgarden e Tad, mas ao mesmo tempo remete à crueza do hard rock setentista, além de trazer aquela produção nervosa e sem frescuras que se mantém ao longo do álbum, especialmente na arrepiante "Beat Yourself Blind" e no quase doom metal "Frozen". Sim, podemos ver aqui que a festa dos anos 80 terminou, e que a agressividade se faz presente também nas novas letras do grupo, cantadas por um Bach bastante "metalhead". O instrumental também não deixa a desejar, com solos de guitarra mais "alternativos", além de uma cozinha estrondosa.

Se o papo ainda é agressividade, "Bonehead" e "Subhuman Race" trazem inesperadas misturas de thrash metal com punk e hardcore... e acredite, funcionam perfeitamente bem! Mas, como o forte do álbum é o "groove", voltemos nossas atenções a faixas sacolejantes como "Remains to be Seen", "Face Against My Soul" e as maravilhosas "Medicine Jar" e "Ironwill", todas com uma urgência e "calor" típicos de uma banda com os nervos à flor da pele... Afinal, quem disse que não pode sair nada de bom de um grupo prestes a se separar?

E pra não perder totalmente o foco comercial (típico na essência da banda, desde o seu primeiro trabalho), faixas como "Firesign" e a curiosa "Eileen" puxam uma vertente mais melódica e, talvez, menos interessante no som do Skid Row, mas estão definitivamente acima da média, e poderiam ter sido singles de sucesso. O que falar então da belíssima balada "Breakin' Down"? Bem melhor do que aquele hit xarope do final dos anos 80, que eu nem preciso citar o nome...

Tendo como único ponto negativo o insosso grunge "Into Another" (cópia mal feita de algo do Alice in Chains?), o balanço geral de "Subhuman Race" é mais do que positivo, mostrando um trabalho que não apenas é injustiçado, como também tira do pedestal o primeiro trabalho do grupo, e quase se iguala em qualidade ao maravilhoso "Slave to the Grind", de 1991. Ouça alto, muito alto!

Resenha Publicada em 19/06/2015





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