Por Anderson Nascimento
Repleto de poesias interpretadas com a leveza e a firmeza do Pop/Rock, “Poesia em Movimento” exibe o cantor, músico e compositor paulista Marco Aguyar à vontade, dono e ciente de todo o necessário para compor e agradar aos ouvintes nesse seu segundo trabalho.
Marco nasceu em São José dos Campos em São Paulo, e já está há vinte e cinco anos trabalhando com música. Seu primeiro disco, “Rua Bela Cintra”, foi lançado em 2005, e ele costuma dizer que o momento que mudou a sua vida foi quando assistiu a banda RPM pela primeira vez ao vivo, o que o fez saber o que queria ser na vida após o show da banda.
Com exceção de “Sinais do Tempo”, faixa que traz a coautoria de Anselmmo Góes, Marco Aguyar é o compositor solitário de todo o disco, talvez este aspecto acabe sendo responsável pelo sabor tão pessoal e pela unidade que o disco possui. As canções transmitem uma incrível sinceridade em suas letras, o que chama a atenção e é um dos chamarizes do álbum.
O instrumental do disco também merece atenção, Marco toca violão, guitarra e bandolim ao longo do disco, mas a conjunção entre violão de 12 e o bandolim acaba dando ao seu disco uma sonoridade que chama a atenção e ajuda a caracterizar o seu som e estilo musical. Entre outros, também tocam no disco músicos experientes como Luciano Dragão (baixo), Marcel Soares (piano e órgão), Alessandro Malta (bateria) e Fábio Alba (guitarra).
Marco atravessa seu disco passando por grandes momentos como a bela “Poesia em Movimento”, faixa moderna que abre e dá nome ao seu novo trabalho, no single “Pequenas Conquistas”, que inclusive ganhou um videoclipe bacana, ou ainda nas faixas “Verdade”, “Ponte Aérea” e “Fúria e Flor”, homenagem declarada a cantora Cássia Eller.
Apesar de tantas boas canções, talvez o momento mais intenso do disco seja “Lendas, Sereias, Tesouros”, que o artista dedica ao RPM - uma das grandes influências dele -, um verdadeiro épico que transita entre o BritPop inglês, e o Rock feito entre os anos setenta e oitenta no Brasil.
Além do bonito projeto gráfico, que é carregado de tons psicodélicos, o encarte do disco ainda presta homenagens de Marco aos seus heróis, influências musicais e afins, como os já citados RPM e Cássia Eller, além de Roberto Frejat e Zélia Duncan.
Algo apropriadíssimo para o disco é, sem dúvida, o seu nome. “Poesia em Movimento” é essencialmente o que Marco entrega nesse álbum super bem produzido, repleto de boas composições e músicas deliciosas de se ouvir, o que faz desse trabalho uma bela sequência para quem já o conhecia, e um excelente cartão de visitas para quem acaba de conhecê-lo.