Por Anderson Nascimento
A Ampsilina é uma banda com um longo histórico, a sua primeira formação data do longínquo ano de 1995, contudo, de lá pra cá, a banda apresentou algum tempo de hiato até chegar à gravadora Midsummer Madness, onde lançou o primeiro EP “Curva e Linha”. Após o lançamento do álbum e a saída da vocalista Luciana, a banda preparou este novo EP.
O som da banda consegue ser agressivo e doce ao mesmo tempo, o que é, no mínimo desafiador. Já na faixa “Breakdown”, que abre o EP, podemos perceber essa perfeita simetria entre um instrumental azeitado, que contrabalanceia com a suavidade da voz da vocalista Ju Oranje.
De brio setentista, a faixa que dá nome ao EP transita entre o arcaico e o Rock Alternativo moderno, surfando em veias psicodélicas. A faixa é uma criação que chama a atenção para o trabalho da banda, sempre esperto e inteligente.
A banda ainda recorre à melancolia e nostalgia na faixa “Vela”, algo que também ocorre em “De-Humanize”, que apresenta sotaque progressivo, com versos que transitam entre o português e o inglês, exibindo um ousado perfil globalizado
Entre a caótica “Azuis e Carmins / Ocaso Infindo”, com suas bizarras risadas ao fundo, e a tenra “Vela-Lofi”, com destaque para um lindo órgão estilo hammond, acompanhado de dedilhados e arranjos vocais étereos, a banda exibe uma preciosa identidade, algo louvável e interessante.
“Insone” é um ótimo EP, que é eficiente ao dar mostras do potencial desse grupo. Para quem conheceu a banda Ampslina através das participações dos tributos aos Beatles e à Yoko Ono, organizados pelo selo Discobertas do pesquisador Marcelo Fróes, eis uma boa oportunidade de se aprofundar mais no som da banda pernambucana.