Resenha do Cd The Curse Of Love /
Coral, The
THE CURSE OF LOVE
CORAL, THE
2014
IMPORTADO
Por Anderson Nascimento
Apesar de ter sido lançado somente em outubro de 2014, o novo lançamento da banda inglesa The Coral foi gravado efetivamente após as sessões do álbum “The Invisible Invasion” (2005), mas devido ao medo de como a gravadora reagiria ao ouvir um disco tão sombrio e melancólico quanto esse, o projeto foi arquivado e somente agora foi masterizado e preparado para lançamento no selo independente “Skeleton Key Records”, que pertence à própria banda.
- The Coral virou The Doors? Esse é o primeiro questionamento que o ouvinte fará ao ouvir este disco. É impossível não fazer uma comparação direta com o som dos Doors ao ouvir a faixa título “The Curse of Love”, que abre o 7º álbum da banda inglesa.
Com uma levada instrumental singela e o vocal hipnótico de James Skelly, O The Coral constrói um álbum que bebe descaradamente do som da banda de Jim Morrison. Faixas como a instrumental “The Second Self”, parecem terem saído de uma gravação perdida do grupo californiano.
Comparações à parte, o disco traz faixas viajantes (e às vezes soturnas) que se apropriam de uma sonoridade bem diferente do som que levou o The Coral a ser conhecido (principalmente na Inglaterra) no finzinho do reinado do BritPop dos anos 1990.
“Wrapped in Blue” dá sequência ao estilo Morrisoniano incluindo efeitos que flertam com o som psicodélico de 1968. Falando nisso, o som feito no disco resgata claramente o início da psicodelia pré-1968, como bem comprovam canções como a ótima “You Closed The Door”.
Enquanto “Gently” nos transmite uma sensação de “já ouvi isso em algum lugar”, “The Golden Bough” é o momento mais arejado do disco, ainda que não fuja do Folk-Psicodélico que é perpetuado ao longo do trabalho.
Algumas canções tem jeito de inacabadas, caso da segunda parte da faixa título que fecha o CD, mas no fim das contas talvez essa seja mesmo a proposta do grupo, ou seja, deixar as faixas com o mesmo espectro de quando elas foram concebidas entre 2005 e 2006, embora esse perfil pareça favorecer canções como a linda balada “The Game”.
Se você estiver a fim de ouvir algo estranho, mas ainda assim belo e cheio de referências. Esse “novo” álbum do The Coral é a pedida certa.
Resenha Publicada em 19/12/2014
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