Por Anderson Nascimento
Quando “Não Vejo a Hora” foi anunciado, o segundo disco solo de inéditas do artista gaúcho Humberto Gessinger gerou muita expectativa aos fiéis fãs do artista espelhados pelo país. Tanto que fora anunciado um pack especial com CD, LP, Fita k7 e diversos souvenires, posteriormente exibidos com orgulho nas redes sociais pelos compradores.
Mais centrado no pop/Rock que o disco anterior, “Não Vejo a Hora” se aproxima um pouco mais do som que consagrou Humberto nos tempos dos Engenheiros do Hawaii, principalmente nas canções iniciais do disco “Partiu” e “Um Dia de Cada Vez”, seja pelo saboroso instrumental ou pelas letras, repletas de trocadilhos e brincadeiras com as suas palavras, sonoridades e significados.
As faixas acústicas, marca proeminente em sua carreira solo, continuam representadas com força, como em canções como “Bem a Fim”, música com tons regionais (outra marca do Humberto), assim como ocorre na bonita “Fetiche Estranho”, que inclusive carrega a frase que dá nome ao disco, e na sua coirmã “Estranho Fetiche”, faixa que perpassa por vários nome e momentos significativos da música, e é uma das mais legais de todo o disco.
O disco traz uma divisão instrumental bem demarcada por dois trios distintos: um acústico, formado por Humberto (viola caipira e violão), Nando Peters (baixo) e Paulinho Goulart (acordeon); e outro elétrico, formado por Humberto (baixo, teclados), Felipe Rotta (guitarra) e Rafael Bisogno (bateria), que aborda a maior parte do disco.
Delícias pops como “Algum Algoritmo” grudam na ponta da língua já na primeira ouvida, enquanto “Outro Nada”, vai lembrar mais uma vez a pegada do saudoso grupo EngHaw. Em resumo, a expectativa dos fãs certamente foi satisfatoriamente saciada ao fim da audição deste novo álbum.
Mais uma vez este artista fora-de-série entrega um conjunto de novas canções que têm tudo para agradar não só aos fãs fiéis, mas também àqueles que estão em busca de novidades no campo musical nacional, infelizmente pouco eficaz no ano de 2019. O disco do Humberto se sai bem e é um dos melhores discos do ano, mesmo estando a alguma distância dos seus melhores momentos.