Por Valdir Junior
Na nova safra de bandas de Rock, o Rival Sons vem se destacando, tanto pela sua música repleta de energia, emulando o Rock dos anos 70, como pela sua capacitada de reciclar tudo isso, colocando um groove e uma sagacidade a mais nesse mojo musical. A banda vem colhendo bons frutos desses oito anos de labuta com uma concorrida agenda de shows e seus discos sendo bem recebidos tanto por público quanto crítica.
A moral do Rival Sons está tão em alta que o Black Sabbath convidou a banda para fazer a abertura de todos os shows da sua “The End Tour”, show que, aliás, passará pelo Brasil no final deste ano. No meio disso tudo, o Rival Sons acaba de lançar “Hollow Bones”, seu quinto álbum, sucessor do ótimo “Great Western Valkyrie”(2014) e produzido por Dave Cobb, o mesmo produtor quem vem acompanhando a banda desde o seu primeiro álbum.
Com “Hollow Bones” o Rival Sons avança ainda mais na direção de ter um som com identidade própria, mesmo que as comparações com Led Zeppelin continue aparecendo, o fato é que o Rival Sons demonstra claramente que consegue produzir e se manter longe da sombra do Led, as nove faixas de “Hollow Bones” são prova disso. Os arranjos, harmonias, riffs de guitarras e a pulsante marcação de bateria e baixo das músicas, direcionam o vocal de Jay Buchanan para caminhos e melodias não tão usuais dentro do hard rock, trazendo elementos do rock alternativo com uma intenção mais pop na concepção do álbum.
A guitarra de Scott Holiday continua sendo a espinha dorsal do Rival Sons, não desmerecendo a importância dos vocais de Jay e nem da bateria e do baixo de Michael Miley e Dave Beste, mas é a guitarra de Scott que dá o norte da banda, em “Hollow Bones” as matizes e os timbres dela é que abre os caminhos a serem percorridos e escutados. A faixa título do álbum, dividida em duas partes, uma logo no início do CD e outra servindo como epílogo, são exemplos disso, e dão o tom quase que épico com que o Rival Sons conduz as estórias contadas e cantas no álbum.
As músicas, “Baby Boy”, "Tied Up", "Thundering Voices" são pretensos semi hits e perfeitos exemplos do som em que o Rival Sons apresenta a sua cara, já o cover que a banda faz de "Black Coffee" de Ike e Tina Tuner, é o único momento em que a banda abaixa a guarda e deixa a sombra do Zeppelin de Chumbo de Page, Plant e companhia limitada pairar sobre eles, mas esse é blues malicioso, safado e malandro que nos envolve tanto, que acaba servindo tanto de referencial do DNA da banda como indicação de que as outras faixas estão distantes e mais inquietas do que esta.
“Hollow Bones” é mais uma obra indispensável na estante, como todo disco mais instigante, deve ser ouvido várias vezes para uma melhor compreensão dele como um todo, depois disso é só diversão e regozijo pelo som, se você ainda não conhece a banda, não perca mais tempo, vá logo atrás e pode até começar há ouvir o Rival Sons por esse “Hollow Bones” que é um bom começo.