Por Valdir Junior
Só a menção do nome de Jack White num projeto musical, já desperta curiosidade em todo aquele que gosta e acompanha a cena musical e do Rock no mundo. O trabalho e o som feito por ele em bandas como The White Stripes, The Raconteurs, The Dead Weather, fizeram o publico ficar cada vez mais atento as idéias as vezes esquisitas,vezes incomuns a que ele leva a sua música.
Depois do sucesso tanto de público, como de crítica de seu primeiro álbum solo “Blunderbuss” lançado em 2012, e da sempre presente expectativa da volta ou não de alguma banda já citada acima, Jack surpreendeu novamente lançando mais um álbum solo, “Lazaretto”. Gravado nos estúdios da Third Man Records em Nashville, durante os intervalos da turnê do álbum anterior e até o inicio de 2014 e foi produzido pelo próprio Jack White.
“Lazaretto” traz as influências já conhecidas de White: Blues, Rock de garage, Country, Folk, tudo isso misturado às vezes de forma quase minimalista no já conhecido estilo de White de tocar e que tanto o diferencia dos músicos atuais e o faz um dos mais interessantes na atualidade. A temática das letras girou em torno de contos e peças escritas por White quando ele tinha 19 anos de idade, achados num velho baú em sua casa, e destilam e modernizam a poesia do blues americano.
Bem, depois de ler tudo isso você deve pensar: “O álbum é bom”, sim, o álbum é bom, mas em comparação ao brilhante e impactante primeiro álbum, “Lazaretto” deixa um gosto e sensação de “esperava mais” no final de sua audição. Talvez devido a expectativa já criada de antemão de que Jack White vai nos surpreender, junto a uma falta de novidade no álbum como um todo, faz desse um trabalho morno de Jack.
No entanto encontramos faixas muito boas, que se fossem tomadas como bússolas para uma direção mais inspiradas, fariam de “Lazaretto” um excelente álbum, ou no mínimo um ótimo EP. São elas: "Three Women" inspirada numa velha canção do bluesman Blind Willie McTell; a instrumental "High Ball Stepper", fantástica, com um certa pitada de Led Zeppelin; a roqueira "Just One Drink"; "That Black Bat Licorice" é sórdida e poderia muito bem estar num álbum do The Raconteurs; e a folk "Want and Able".
Em entrevistas recentes falando sobre a produção de “Lazaretto”, Jack White disse que foi sua intenção passar mais tempo em estúdio trabalhando melhor as músicas, talvez isso tenha interferido um pouco no resultado do álbum, já que White, acostumado a não fazer gravações assim tão longas, deve ter pensando demais nelas e deixando de lado a urgência e o frescor de sua música. De qualquer modo esse é um dos bons lançamentos do ano até o momento.