Por Anderson Nascimento
Tal como o nome do disco sugere, o novo álbum de Bryan Adams compila canções que de alguma forma influenciaram a sua carreira que já se beira os quarenta anos. Bryan já vinha costurando esse projeto há dois anos durante intervalos de shows, ensaios e gravações diversas.
Neste autotributo, o canadense tenta equilibrar Rocks e baladas ao longo do álbum. Apesar de reconhecido como um grande baladeiro, Bryan se sai melhor nesse álbum quando ele investe no Rock and Roll.
O disco abre com a pegada roqueira de “Any Time At All”, um lado B dos Beatles, onde o inglês de Adams torna a canção diferente da forma como os Beatles a cantava, mas o resultado é uma boa gravação. Os Beatles são lembrados novamente em “Rock and Roll Music”, já que a canção de Chuck Berry está muito mais próxima da versão dos Beatles do que da versão do seu criador.
Há também espaço para o standart “I Can’t Stop Loving You”, clássico na voz de Ray Charles, que não perde a essência original nessa regravação. Nessa linha, Bryan também gravou “Kiss And Say Goodbye”, do grupo The Manhattans, cujo resultado final fez dessa gravação uma das melhores faixas do disco, e “Never My Love” do The Association que também agradou bastante.
Entre outros bons momentos o disco traz a regravação de “Lay Lady Lay”, que manteve a sua doçura original, só que obviamente há a substituição do vocal anasalado de Bob Dylan pela rouquidão da voz de Adams. O Creedence também foi lembrado com “Down On The Corner”, que manteve a pegada original.
Poucas faixas fugiram muito do arranjo original. Nesse caso está “God Only Knows”, dos Beach Boys, que ganhou uma nova leitura, mais romântica com arranjos mínimos trazendo apenas um piano e a voz de Bryan.
Além das covers, o cantor também incluiu a (boa) inédita “She Knows Me”, faixa inédita do cantor que saiu como single e vem promovendo o disco, que com pouco mais de uma semana de seu lançamento, já atingiu boas vendagens.
A versão deluxe do álbum agrega mais cinco músicas ao álbum, e também reserva bons momentos como o baladão “Many Rivers To Cross” de Jimmy Cliff, que é uma das melhores canções de todo o projeto. “C’mon Everybody”, canção de Eddie Chochran, e “You've Been A Friend To Me”, faixa do próprio Adams lançada em um single de 2009, são dois bons Rocks que se destacam na versão especial do álbum.
Obviamente que o repertório desse disco é daqueles feitos para não dar errado, e realmente não deu. Embora alguns torçam o nariz para discos dessa natureza, Brian consegue presentear a si mesmo e aos seus fãs com esse novo trabalho, sem medo de ser feliz.