Após passados vinte e seis anos desde o fim da banda britânica “The Smiths”, Johnny Marr finalmente solta o seu primeiro álbum solo, e não há como negar que os ecos daquela época estão ainda reverberando sobre o seu inconsciente.
Desde a abertura com o Rock tenso "The Right Thing Right", passando pela sequência quase Punk (e melhor faixa do álbum) "I Want the Heartbeat", até explodir na escandalosa referência ao som dos Smiths de “European Me”, Marr reproduz um início de álbum matador, que vai surpreender a todos aqueles que sentem saudade do pós Punk realizado pela finada banda que até hoje possui uma legião de fãs.
Como a bela guitarra de Johnny Marr denuncia em “Upstarts”, e os “oôs” que aprendemos a gostar nos anos oitenta ratificam, não é só o som dos Smiths que encontramos nesse disco, mas também uma atmosfera infectada com o mais doce veneno de bandas como “Joy Division”, “Echo & The Bunnymen” e, em algum momento, “The Stooges”.
Doçuras como “Lockdown” e a faixa título “The Messenger” aguçam ainda mais esse saudosismo, e nos faz querer saber o motivo porque esse cara ainda não tinha lançado nada em carreira solo.
Apesar de na segunda metade do disco a coisa esfriar um pouco, “The Messenger” apresenta outras boas canções, casos de “Generate! Generate!”, “The Crack Up” e “Word Starts Attack”, que encerra o disco novamente reafirmando a bandeira que Marr resolveu carregar neste álbum.
Canções cantaroláveis, riffs instigantes e um salutar cheiro de naftalina, fazem desse disco uma boa aposta para a lista de melhores de 2013, ainda que o ano só esteja iniciando.