Por Anderson Nascimento
Alguns discos são classificados como políticos, “Living With War” não sei se estaria classificado como tal, isso devido ao fato de o disco ser tão direto, sem usar de parábolas para expressar as opiniões de um dos americanos mais engajados de todos os tempos.
O disco é urgente, gravado às pressas e, mesmo assim consegue atingir um nível de qualidade impressionante. É um disco relativamente curto, 10 músicas, que te faz ouvir e reouvir cada uma das faixa, na sequência sem te cansar.
Neil Young dispara sua metralhadora para cima do presidente George Bush, e da guerra que continua matando a rodo os soldados americanos.
Corais influenciados por música gospel, interpretações dramáticas, Rocks agressivos e letras que te fazem clamar por uma artista desse nível de engajamento no Brasil, é o que você vai encontrar nesse álbum.
Apesar de monotemático, esse álbum consegue produzir melodias bastante distintas entre si, tanto que o disco é bastante radiofônico, talvez propositalmente, o que já levou algumas das faixas, como “Looking' for a Leader”, a disparar nas paradas das mais tocadas.
Músicas como a faixa título são de “doer” a alma, além disso você ainda tem uma canção protesto-progressiva “Let's impeach the president'” onde eu, se fosse o tal presidente fugiria para bem longe, além de “'The restless consumer”, que chega a lembrar Pink Floyd fase “The Wall”, e, falar em protesto sem citar Dylan é difícil, Bod é parafraseado e citado em “Flags of Freedom”.
Após alguns anos sem lançar álbuns realmente expressivos, Neil Young junta-se ao time de artistas como “Green Day” e “Pearl Jam” para criticar a impunidade que está imperando no mundo. Só que Young é mais agressivo, pede a saída do presidente, fala dos soldados mortos na guerra e leva um extenso coral a cantar à capela a tradicional “American Beauty”. Brilhante!