Resenha do Cd We Are Chaos / Marilyn Mason

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WE ARE CHAOS
MARILYN MASON
2020

CONCORD
Por Anderson Nascimento

Décimo primeiro disco do Marilyn Manson, “We Are Chaos”, o álbum foi lançado em setembro, mas gravado no período anterior à pandemia.

“Red Black and Blue” tem início típico de filme de terror, na linha Alice Cooper, e resgata a esquizofrenia de seus álbuns seminais, mas com um toque Pop, acredite! Podem me chamar de louco, mas consigo imaginar uma versão limpa da canção (e com outra letra, lógico) sendo interpretada pelo U2.

Bom, a parte do vínculo com o passado para por aí. O novo disco da banda rompe, de certa forma, com os vocais guturais e a barulheira infernal (no bom sentido) de outrora. Aqui vemos Marilyn e a sua turma com pretensões de marcar o ouvinte com um disco relevante e singular em sua discografia.

A faixa que dá nome ao álbum, “We Are Chaos”, confirma essa tendência mais popular, trazendo um refrão grudento e convidativo. A letra é desesperança e pessimismo puro, mas cabe ponderação tendo em vista principalmente esse terrível ano de 2020.

Seja de maneira velada ou escrachada, a morte está presente em todo lugar nesse novo álbum do Mason, como em “Don’t Chase The Dead”, outro destaque impressionante deste álbum. Mas o disco também aborda outras temáticas, como sexo em “Paint You With My Love”, melhor balada já feita por eles, e até dicas de bom comportamento (pasmem!) em “Keep My Head Together”.

A tendência do disco é a opção por baladas (leia-se balada, não quer dizer essencialmente música lenta), mas o disco carrega ainda alguns poucos Rocks vigorosos como a faixa de abertura e “Infinite Darkness”, não indo muito além disso.

Vale destacar também “Perfume”, outra boa composição que traz elementos Pops, incluindo aí uma letra fácil de cantar e batidas quase dançantes.

O disco encerra com a faixa mais longa do álbum: “Broken Needle”, baladaça, loucaça, e com um arranjo de fazer inveja, grande canção!

Se Marilyn Manson vai agradar os seus fãs mais antigos, isso é algo que eu não posso afirmar, talvez eles sintam falta de um Mason mais ortodoxo, de mais gritaria, de mais Rock pesado, de bigode mais grosso.

Mas digo-lhes uma coisa, “We Are Chaos”, não foi um acidente de percurso, ao contrário disso, percebe-se toda uma intenção de fazer um disco significativo, para que este viesse a figurar entre os seus grandes êxitos. Há pistas disso ao longo de todo o álbum, como faixas sem intervalo, pianos, coros e refrãos grudentos.

Que Marilyn Manson e sua banda continuem assim. Em um ano tão complicado como este, a música novamente nos resgata!






Resenha Publicada em 17/09/2020





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