Por Anderson Nascimento
O cantor, compositor e músico paulista Daniel Zé, que faz parte da banda Clave de Clóvis (que teve o seu trabalho resenhado pelo Galeria Musical em 2012), está lançando o seu primeiro disco solo e, com ele, consegue agradar quem acaba de conhecer o seu trabalho.
Munido de uma levada Pop/Rock, Daniel entrega um disco palatável e ótimo de se ouvir, com pitadas de Rock britânico e ótima produção, que passeia também por influências diversas.
“Ostras”, por exemplo, carrega uma expressividade setentista, muito disso pela melancolia estampada na guitarra que direciona a canção, que chega a lembrar o timbre praticado pelo Beatle George na segunda metade da sua primeira década como artista solo. Aliás, essa guitarra volta a aparecer ao longo do disco em outras faixas como “No Final”, o que acaba criando uma identidade interessante ao álbum.
Já “Memórias Meio Inventadas”, faixa que dá nome ao álbum, é canção de peso guiado por uma guitarra frenética, que se responsabiliza pelo ótimo resultado final da canção.
Outra característica importante no trabalho de Daniel é a competência e precisão em que ele consegue se situar no Pop/Rock brasileiro contemporâneo, mais precisamente calcado na sonoridade do Sul do Brasil, como no caso da (boa) “Mais Um Dia”, muito embora também o artista rompa fronteiras ao lembrar o som de Lenine na faixa “Bonitinha”.
Com um jeito particular de interpretar as canções, usando a sua voz – bem característica – ao seu favor ao longo do disco, Daniel Zé surpreende e, mais uma vez, prova que são muitos os artistas talentosos que vagueiam no nosso (cada vez mais) interessante cenário independente brasileiro.