Por Anderson Nascimento
Trilhas, novo álbum de Zeca Baleiro, funciona como um apanhado de canções gravadas pelo cantor para espetáculos, cinema e dança, que pode ser considerada como um disco carreira, pelo fato de juntar, em um mesmo disco, canções até então esparsas.
No geral o disco funciona muito bem, com canções de bom gosto e de variados gêneros e ritmos diferenciados.
É o caso da beleza poética das canções “Carmo” e “Cunhataiporã” - única das doze canções que não é de sua autoria - que fazem parte do filme “Carmo”.
Pelo fato de suas canções serem derivadas de momentos distintos, o universo musical do álbum é bem vasto. Passando por ritmos nordestinos como “Xote do Edifício”, bela canção levada no acordeon, e pelo samba como “Quem Não Samba Chora” e “Samba do Balacobaco”.
As características marcantes costumeiramente presentes nas composições de Zeca também estão espalhadas por este disco. É o caso de “Turbinada”, onde temos uma boa dose da peculiar forma com que Zeca Baleiro trata alguns assuntos. Já na divertida “Nome do Amor”, Zeca vai listando nomes oriundos da mistura dos nomes do casal, produzindo um resultado hilário a cada frase.
Outro fator que corrobora a versatilidade do cantor e compositor maranhense é o trato com as trilhas instrumentais como o quase tango “Baile dos Anões” e até a tensa “Flores Para Os Mortos”.
No fim das contas um disco de fácil apreciação, e com um inestimável valor para os fãs do artista.