Por Anderson Nascimento
A banda gaúcha Bjack surpreendeu a cena do Rock independente nacional ao divulgar no último no mês de julho o seu novo álbum e o fim de suas atividades. Com 18 anos de estrada e quatro discos na bagagem o grupo deixa um legado repleto de Rock e atitude.
O Rock “Entre o Céu e o Inferno” abre o disco como uma espécie de convite para o ouvinte mergulhar de cabeça no álbum. E a banda entrega exatamente o que sempre se esperou deles, ou seja, Rock forte e com identidade.
O disco está repleto de boas faixas como a indie “Palavras”, mas “Toca Fitas” é o tipo de canção que fará os fãs sentirem falta do grupo com o disco ainda tocando. A faixa alia de forma brilhante um riff certeiro com uma canção de melodia nostálgica.
A questionadora “Pecado” é outra faixa certeira, a canção tem um belo solo e um refrão de fácil absorção e, de acordo com a banda, a música é influência direta do som da banda “Rosa Tattooada”.
Um dos principais ingredientes para o ótimo resultado final do disco são as composições, quase sempre matadoras e reflexivas, como traduz perfeitamente “Nada Importa”. Outro aspecto que vale a pena destacar nesse disco é a sua sonoridade contemporânea e que aponta pra frente, não há muita reminiscência ao passado no disco, salvo a canção “Anos 90”, que homenageia a década do grunge.
Os vocais de Boto Wesz também estão enérgicos, como comprova “Diário de um Perdedor”, cover da banda argentina “Rata Branca”, e uma das melhores faixas do disco. Mas a erupção da voracidade e identidade roqueira do grupo se dá mesmo em “Porto Alegre”, faixa que conta com o músico Luciano Leães (Acústicos & Valvulados) que dá um show à parte no órgão Hammond.
A banda também abre espaço para canções antigas como “Apenas Mais Uma”, segunda composição do grupo, que nunca havia sido gravada, e “Inveja”, sobra do disco “Ainda Mais Rock” (2011), que ficou com a responsabilidade de fechar esta despedida digna de uma banda madura e que vai deixa saudades. Em clima de despedida, o grupo ainda incluiu como bônus-track a canção “Tantas Coisas”, da banda local Urban Chaos.
De acordo com o guitarrista da banda Marco Lopez, desde o início das gravações a banda já sabia que o álbum seria o derradeiro do grupo, mas as sessões correram tranquilamente, sem aquele clima de pesar, principalmente porque os integrantes queriam muito gravar este álbum.
Mesmo com o fim do grupo, os integrantes ainda planejam lançar no fim do ano uma versão comemorativa em vinil, esta seria a cereja do bolo servido para comemorar 18 anos de fidelidade ao Rock.