Em seu novo trabalho a banda mineira Skank, consegue dar um importante salto em relação ao seu disco anterior. Em “Estandarte”, o grupo consegue novamente se reinventar, lançando um álbum bastante diferente em termos de conceito se comparado aos álbuns anteriores.
Se Samuel Rosa, Haroldo Ferreti, Henrique Portugal e Lelo Zanetti já passaram por estilos repletos de brasilidade, latinidade, Rock, e mais recentemente Brit-pop, desta vez a banda ataca de sons fortemente voltados para pistas de dança. Porém, calma, não se assuste! É o Skank de sempre, e por isso mesmo, diferente.
O grupo mineiro caracterizou sua carreira por desafiar conceitos já pré-estabelecidos, e por ter mexido em time que estava ganhando. Certamente essa característica já assimilada pelos seus fãs, torna os discos da banda, verdadeiras incógnitas que clamam para serem consumidos, descobertos e avaliados.
Em “Estandarte”, o som da banda se aproxima de sons modernos como o e bandas como “The Raptures”, “Panic At The Disco” e “Good Charlotte”, distanciando-se do Rock Clássico e do Brit-Pop a lá Beatles, Oasis e Coldplay.
Em alguns momentos percebemos porém sons que remetem ao “Maquinarama” e a fase “Samba Poconé”, como é o caso da faixa de abertura “Pára-Raio” onde temos os metais de volta, parecendo que o disco vai partir para uma direção bem diferente do que o álbum efetivamente apresenta. Já na segunda música, “Ainda Gosto Dela”, primeiro single do álbum, e uma das quatro em parceira com Nando Reis, sentimos algo próximo do “Maquinarama”, enquanto em “Escravo”, música que faz uma citação (“You Gotta Serve Somebody”) à Bob Dylan, lembra hits de FM, na levada “Vou deixar” e “Uma Canção é pra Isso” do último disco.
Mas as endorreferências param por aí e o álbum então prepara uma pista de dança com a brilhante “Chão”, destaque absoluto do álbum, e na sequência, “Canção Áspera”, tão empolgante quanto a anterior.
Após uma leve perda de fôlego, o álbum encerra com “Renascença”, em uma ode à mulher amada e, musicalmente, uma reverência ao Rock´n´Roll dos bons, emplacando o que talvez seja a maior porrada de todo o repertório do Skank.
No fim das contas têm-se um álbum que foge dos padrões normais de uma banda Pop e por isso corajoso, mas que é, no mínimo, muito interessante.