Por Anderson Nascimento
O primeiro LP de Martinho da Vila lançado por uma gravadora – Martinho lançou antes deste álbum o pau-de-sebo independente “Nem Todo Crioulo é doido” - tem ares de coletânea, já conhecido por canções como “Casa de Bamba” e “Menina Moça”, ambas defendidas pelo cantor na terceira e quarta edição do Festival da Canção da Record, Martinho adicionou ao seu repertório sucessos como “O Pequeno Burguês” e “Pra Que Dinheiro”, canções até hoje com presenças obrigatórias em seus shows.
Além das canções já citadas, o debut do sambista traz outras importantes canções em seu repertório como “Quatro Séculos de Modas e Costumes”, “Iaiá do Cais Dourado”, “Quem é Do Mar Não Enjoa” e “Tom Maior”, todas elas situadas entre os mais importantes sambas de nossa história.
O disco, sucesso de execução e vendagem no Brasil, impressiona pela qualidade de suas canções, iniciando de forma pouco convencional, com um pout-porri de sambas-enredo formado pelas canções “Boa Noite”, “Carnaval de Ilusões” e “Caramba”, com Martinho postando-se como um bom anfitrião ao apresentar, em forma de diálogo com o ouvinte, cada uma das canções.
O álbum, cem por cento autoral, apresenta um Martinho da Vila cantando de forma ainda mais despojada do que ele viria a fazer nos anos seguintes, e era o prenúncio de uma carreira de muito sucesso, que não se restringiria só ao Brasil, mas que anos mais tarde teria um importante papel na divulgação da cultura Brasileira no exterior.