Por Anderson Nascimento
Em uma introdução que remete à trilha sonora de filme de terror, Cris DeLyra abre seu álbum com “Qual o Seu Nome?”, canção de incrível urgência, que entrega de cara qual é o estilo do artista, ou seja, Hard Rock com tendências metaleiras, tudo isso em bom português.
A ambientação inicial já revela inclusive uma das fontes de inspiração do artista, a banda inglesa Iron Maiden, que junto com outras bandas e artistas como Guns and Roses, Ozzy Osbourne (fase 80´s), e por aqui, RPM, Lobão e Cazuza, formam o guia de referências musicais de onde Cris tira o seu som.
A segunda música do disco, “Máquina do Tempo”, é uma prova dessa gama de influências de Cris DeLyra, a canção repete a linha artística do RPM, fase anos 80, atualizando e agregando o seu perfil Hard, ao som de uma das melhores faixas do disco.
“Fotocópia”, canção escolhida como carro chefe desse trabalho, dá um show nos arranjos (que traz aquele “efeito multidão cantando junto”), capitaneados pelo próprio Cris, que também toca as guitarras, violões, teclados e as estupendas programações que dão um charme especial nesse CD.
As composições também são todas suas – em “Fotocópia” ele divide a autoria com Valentina Zanini -, e surpreendem por trazerem temas fortes, cotidianos, tensos e quase políticos, em “O Selvagem Urbano”, uma das melhores letras do álbum.
Com passagens mais pesadas, casos da direta “Essa é Pra Você”, e de “Mentes Programadas”, e momentos mais suaves, caso da suingada “Síndrome de Peter Pan”, que não chega a ser uma balada, mas carrega um pouco mais na melancolia, Cris consegue criar uma identidade única, mostrando esmero e cuidado com a produção de seu primeiro disco, que deve agradar aqueles que gostam de Rock and Roll pesado e no idioma de nossa terra natal.
O disco encerra com a bela “Se Um Dia Eu Me Perdoar”, faixa repleta de teclados e com arranjo espetacular, onde Cris se despede em um álbum que não tenta confundir o ouvinte, indo direto ao assunto, e revelando qual é o estilo de som ao qual o cantor espera ser reconhecido.
Misturando suas (boas) canções juntamente com alguns covers de bandas e artistas que se relacionam de alguma forma com a linha de seu trabalho, Cris se junta aos amigos Alex Curi (bateria) e Gustavo Cebrian (baixo), que também participam da gravação do CD, para preparar os seus shows, que instigam a curiosidade de qualquer um que ouve esse belo trabalho.