Resenha do Cd Get Born / Jet

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GET BORN
JET
2004


Por Anderson Nascimento

"A Inglaterra é aqui". Bem que esse poderia ser a chamada para o disco de estréia da banda australiana Jet. Em catorze faixas, o disco passa longe do tradicional e já desgastado Rock australiano. Soando totalmente inglês, os integrantes da banda buscaram referências de artistas contemporâneos ingleses como Oasis e, principalmente, dos artistas da velha guarda como "The Who" (que vem novamente ganhando força entre as bandas mais novas), "Beatles", "Stones" e até "Pink Floyd".

Após surpreenderem no Rock in Rio 4, a banda ganhou forças nas rádios do mundo inteiro, inclusive no Brasil, com o single "Are you gonna bem my girl". A música é uma espécie de misto Who/Stones, bem agitada e gritada,o que a torna extremamente excitante. Isso aliás, parece ser a fórmula principal usada na confecção do disco, outros momentos como esse seguem em músicas como ‘Cold Hard Bitch" e "Get Watch You Need", Rocks bem agitados que ganha um upgrade no Rock bombástico "Take It or Leave It", uma espécie de "acid-Stones".

Outras duas grandes surpresas do álbum, estão nas faixas "Last Chance", que abre o disco em grande estilo, preparando o ouvinte para o restante do álbum. "Roll Over DJ", a terceira faixa disco, bem que poderia estar em qualquer disco do Oásis, trata-se de uma espécie de hino daqueles que o público canta o refrão junto com a banda.

Mas se o primeiro single, e a apresentação da banda no Rock In Rio 4 já haviam me impressionado, ao ouvir o segundo single, recém chegado às rádios, a balada "Look What You’ve Done", não resisti a compra do álbum. A música lembra um pouco de "Sexy Sadie" dos Beatles, um piano acompanhando a música e voz arrastada do vocalista faz a música lembrar os Beatles na fase 68. O próprio vídeo-clipe tem essa atmosfera psicodélica. Chega dá para imaginar Lennon nos dias de hoje cantando essa música. Tudo a ver.

As lentinhas "Move On" e "Come Around Again" incrivelmente lembram a banda Pink Floyd, principalmente as baladas a lá Gilmour. Já "Radio Song" tem toda a fórmula das baladas britânicas atuais, leia-se, solos de guitarras longos, a voz doce do vocalista, e os "lá-lá-lá" no fim.

Em meio à esse turbilhão de influências, ainda dá tempo para a banda pensar em algo meio louco, meio psicodélico nas faixas finais do disco, que é justamente onde o álbum perde um pouco de sua força. Por esse motivo, acredito que as faixas "Lazy Gun", a balada "Timothy" e o Rock "Sgt. Major", apesar de não comprometerem, estão sobrando no álbum.

De um modo geral, o álbum é agradabilíssimo e vale o investimento. O mais animador porém, é saber que este é somente o álbum de estréia, e que podemos aguardar ainda muito mais.

Resenha Publicada em 21/03/2005





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