Por Anderson Nascimento
Bem diferente do roqueiro "Get Born" e do melódico "Shine On", "Shaka Rock", terceiro álbum da banda australiana Jet, não consegue surpreender e nem superar as expectativas do aguardado novo disco do grupo. Isso não quer dizer que o álbum seja ruim, mas que neste novo lançamento a banda se revela sem tanta inspiração como em seus predecessores.
Isso já fica evidente na segunda faixa do disco "Beat On Repeat", que tem uma levada morna e nada acrescenta ao disco. O próprio single do cd, "She´s a Genius", apesar de ter uma boa levada com tons (pela primeira vez na história da banda) oitentistas, não consegue sustentar o álbum e, não à toa, ficou bem longe das primeiras posições das paradas de sucesso até mesmo na Austrália, onde o próprio álbum só alcançou a quinta posição. Na contramão dessa faixa, o disco até tem um início interessante com "K.I.A. (Killed In Action)", uma canção recheada de mudanças de andamento e com uma batida empolgante, que faz uma referência (creio que proposital, porque se não for, é cópia) à música "Jet" de Paul McCartney.
Nenhuma balada nesse álbum tem a força de "Look What You´ve Done", mas na canção que encerra o álbum "She Holds A Grudge" temos uma bonita balada com uma levada que chega a lembrar o som feito pelo Badfinger nos anos 70.
No geral o álbum consegue proporcionar alguma diversão em momentos roqueiros como no segundo single do disco "Black Hearts (On Fire)", ou em momentos mais calmos como em "Seventeen", ou ainda em momentos de pura diversão como em "La Di Da" (nada a ver com a canção do Ringo Starr) e "Goodbye Hollywood".
Bem distante do sucesso do primeiro disco, que vendeu mais de quatro milhões de cópias, o novo lançamento da banda, apesar de não decepcionar, mostra-se abaixo dos outros, frustrando aqueles que aguardavam um álbum tão pesado quanto o "Get Born" ou tão melódico quanto "Shine On". A versão japonesa inclui duas faixas adicionais, entre elas "Don't Break Me Down" que lamentavelmente não entrou na versão lançada no resto do mundo.