Por Anderson Nascimento
Há muito tempo já não há dúvida sobre o talento dessa paulistana, rapper, atriz, cantora e compositora. Para muitos, Negra li apareceu apenas após a histórica parceria com Charlie Brown Jr, na canção “Não é Sério”, belezura que vai ficar pra sempre no inconsciente coletivo. Mas a artista já figura no meio cultural há mais de vinte anos quando, ainda adolescente, se interessou pela Black Music e pelo Rap.
Negra Li dá um toque especial em tudo que faz, basta resgatar parcerias sublimes com gente como Caetano Veloso, Skank e Marcelo D2, ou a sua participação no grupo RZO, sem contar os seus trabalhos como atriz. É séria, eficaz e autêntica.
Como não ficar curioso para ouvir “Raízes”, terceiro álbum solo da cantora? O disco, lançado no segundo semestre de 2018, é focado no próprio tema que anuncia, ou seja, as influências seminais da cantora, sempre reafirmando as suas raízes musicais e naturais, como assegura a ótima faixa que dá nome ao álbum e que conta com a participação de Rael.
O álbum é repleto de Rap, Hip Hop e Soul, mas passeia também pelo Reggae em “Nossos Sonhos”, faixa de encerramento do álbum, e Samba na faixa de abertura, “Venha”. Mas o grande barato deste disco é o resultado da mistura de todas as raízes da cantora, como comprovam canções como a já citada faixa de abertura, ou no single “Malandro Chora”, que traz uma conjunção de ritmos e levadas, capaz de fundir a tríade Samba e Soul.
Não poderiam faltar parcerias de impacto em um trabalho da cantora. Aqui temos Seu Jorge, maravilhoso, esbanjando talento, na sensual “Eclipse Lunar”, uma das canções mais legais dessa nova safra.
“Raízes” é um título importante na curta discografia da cantora, pois seta a sua carreira dentro dos ritmos que imediatamente identificam o som e as influências da cantora. Belíssimo trabalho.