No início do ano passado(2009) a banda lançou o compacto O Machete que tinha dois elementos que os diferenciava de muitas propostas: a letra inspirada num conto de Machado de Assis e a mistura nessa faixa de um instrumento muito utilizado em outro estilo: O samba. Em seu álbum lançado no fim do ano eles ousaram mais, misturando elementos e o próprio estilo samba com o peso do Hardcore já presente no trabalho anterior.

A Banda tem influências de Deftones, The 3rd And The Mortal, Incubus, Nação Zumbi, Korn, Mike Patton, Korn, Him, Radiohead, Tom Jobim, Vinicius De Moraes, Chico Buarque e João Gilberto. Este último se mostra aparente desde o estilo de Bossa Nova até as letras que exibem diferentes tons e ângulos da melancolia do Jovem urbano e pós-moderno.

A música inicial “Menos Eu” já nos primeiros acordes de um Samba-Rock com instrumentos e acompanhamentos de Bossa Nova, o Vocal nervoso e a competência dos instrumentistas da Banda dão o tom de todo o álbum. A proposta da Banda em misturar dois ritmos extremamente polares (Bossa Nova e Rock Hardcore) já mostra o quanto esses caras aceitam um desafio.

Das demais faixas, que equilibram ecos melancólicos com pura poesia Carioca em acordes de Vilolão no melhor estilo Bossa e Samba e guitarras poderosas alternando os mesmos acordes, destaco “Quando o Amor Morreu”, “O Machete”, “Errar de Cor”, “Meia Cura”(uma levada bem triste e filosófica), “Sambadoom”(de cara lembra Mangue town do Chico Science e Nação Zumbi por sua levada e ousadia) e a surpreendente “Não me cegue...nem me siga” cuja paranóia ponteia uma composição no melhor estilo Hardcore entremeada de acordes de violão bem macabro.

Muita atenção para a instrumentalidade que é muito bem costurada entre a poesia dos acústicos e de percussão do Samba e da Bossa Nova e a energia dos elétricos do Rock. Boa pedida pra escutar no carro viajando.