Resenha do Cd As You Were / Liam Gallagher

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AS YOU WERE
LIAM GALLAGHER
2017

SONY MUSIC
Por Anderson Nascimento

Passados quase dez anos do fim do Oasis, Liam Gallagher chega finalmente ao seu primeiro álbum inteiramente solo, embora em sua carreira pós-Oasis ele tenha lançado dois álbuns com o “Beady Eye”, grupo que reunia ex-membros de sua principal banda, e que durou cinco anos.

Seu debut vem 3 anos após Liam decretar o fim do “Beady Eye”, e não poderia iniciar melhor, a faixa que abre o trabalho é o explosivo single “Wall of Glass”, lançado no dia primeiro de junho deste ano.

Liam compôs quase todo o álbum, ora solo, ora com parceiros, apenas duas canções do novo disco não são de sua autoria, algo que confirma a evolução de Liam como compositor, notada desde os tempos de Oasis.

“As You Were” é um disco de canções, como mostra “Bold”, bela balada que inicia ao violão e vai crescendo conforme a sequência da canção, adornada por coros e backing vocals dignos de elogios.

“Greedy Soul” foi o terceiro single do disco, e segura a faceta roqueira do álbum, com alguma pegada Folk, e reminiscências do “Be Here Now” (1997), enquanto “You Better Run” já faz o papel de Rock nervoso, azeitado com grande produção.

“Paper Crown” é uma balada acústica em que se destaca a bela melodia, e juntamente com o single “Chinatown”, são as duas canções do disco não escritas por Liam. Vale citar a qualidade dos arranjos no álbum, incluindo faixas menores como “When I’m In Need” e canções com mais potencial como a ótima “Universal Gleam”.

Não acho exagero dizer que duas canções desse disco estão entre os melhores singles do ano. A primeira é a já citada faixa de abertura, a segunda é “For What It’s Worth”, canção grandiosa, deslumbrante, com ares Beatle, e que revela todo o talento do artista, incluindo a belíssima letra, onde Liam assume culpas, revela muito arrependimento, engole o orgulho e suplica por perdão.

O disco finaliza com a semi-psicodélica “I’ve All I Need”, mais uma canção que tem alguma atmosfera Beatle. O disco ainda rendeu outras faixas, como as três que estão na versão deluxe do CD.

Liam realmente mostra que o tempo lhe fez bem, com instrumental dosado e musicalmente equilibrado – nenhum instrumento impera sozinho -, boas letras, texturas que passeiam à vontade pelo Rock, mas que não se limitam ao estilo, e a bela voz de sempre, fazem deste disco um dos melhores lançamentos do ano e, obviamente o melhor trabalho feito por um Gallagher fora do Oasis.

Resenha Publicada em 14/10/2017





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