Por Anderson Nascimento
O Verve está de volta e, diferentemente de seu último álbum de inéditas, “Urban Hymns“, lançado em 1997, a banda está mais elétrica, mais dançante, afastando o clima triste e sombrio que caracterizou a imagem da banda na segunda metade dos anos 90.
Um bom exemplo disso é a segunda faixa “Love is Noise”, primeiro single do álbum, que arremessa o ouvinte da poltrona direto para o centro da sala, que fatalmente transforma-se em uma pista de dança. Com uma melodia interessante, letra e efeitos insistentes, conhecemos então a melhor música do álbum.
Como se quisesse apresentar ao ouvinte um cartão de visitas para a nova fase da banda, “Love is a Noise” faz parte de uma sequência onde temos também a bela faixa de abertura “Sit and Wonder”, e “Rather Be” que já está estourada nos programas de vídeo clipes na TV. Nessa última conseguimos sentir o gosto do velho Verve, porém com adoçante ao invés de açúcar.
O álbum tem outros bons momentos para mostrar, como em “I See Houses”, que é recheada de todo os clichês do Rock inglês, e momentos entediantes e desnecessários como a chatíssima “Numbness” ou ainda em “Noise Epics” que nada mais é que uma sequência de barulhos conforme o próprio nome dá pista.
“Forth”, quarto disco da banda (dããã), não chega a decepcionar, mas acaba mostrando pouco para uma banda que não lançava um álbum há onze anos.
No fim a banda inglesa confirma o padrão de qualidade mediano que sempre esteve associado à mesma, mas mesmo assim, o álbum serve para provar que Richard Ashcroft funciona melhor como The Verve do que em suas aventuras em carreira solo.