Há três anos a cantora curitibana Karyme Hass lançou o ótimo álbum “Barra da Saia”. Em 2015, Karyme assumiu o seu apelido Branka como nome artístico, com o lançamento do EP “Flores Douradas - A Raiz”, não por acaso o disco já abre com a história desse batismo na linda “Batismo de Fé” (Branka), faixa que revive os seminais Sambas de Roda e Ciranda.

Neste álbum, Branka também parece direcionar o seu estilo para um Samba mais “de Raiz” como atesta o próprio sobtítulo do EP. Assim, “Clareia” (Norma Acquarone) evoca o Samba setentista de Clara Nunes, a qual a faixa homenageia.

Já “Lágrimas de Chuva” (Branka) guarda a reminiscência do som que a cantora fez em seu álbum anterior, e mostra a habilidade da cantora com as palavras. A delicada canção chega, de alguma forma, a lembrar da destreza na qual Cartola compunha suas canções.

O EP também traz a participação de um dos maiores compositores que o Samba já conheceu: Moacyr Luz. “Rosário da Dor” (Moacyr Luz, Toninho Geraes), Samba de motivações afro, feito especialmente para esse disco, revela a habilidade da cantora em interpretar canções das mais diversas.

O EP também traz a participação de um dos maiores compositores que o Samba já conheceu: Moacyr Luz. “Rosário da Dor” (Moacyr Luz, Toninho Geraes), Samba de motivações afro, feito especialmente para esse disco, revela a habilidade da cantora em interpretar canções das mais diversas. Ainda falando em participações, o disco também traz Arlindo Cruz nos vocais de “Banho de Mar” (Branka, Carlinhos 7 Cordas), e Nei Lopes na composição de “Sinherê” (Nei Lopes).

Branka deu passos à frente nesse EP, que acaba apresentando uma nova fase da carreira da cantora, mas sinceramente o repertório e o resultado final tinham tudo para lhe render um álbum cheio, que certamente seria reconhecido como um dos grandes álbuns de Samba do ano. O EP dá provas de que, a partir de seu renascimento artístico, ganhamos uma talentosa nova artista. Pode vir Branka, porque já estamos queremos mais.