Por Anderson Nascimento
“Wandclub” é o nono disco de estúdio do gaúcho Wander Wildner, antes membro da banda Os Replicantes, mas hoje dono de uma carreira bem maior do que a da própria banda que o revelou. Para a realização deste trabalho, o gaúcho contou com um programa de financiamento coletivo da Kickante, onde arrecadou quase dez mil a mais do que a meta de 39K estabelecida inicialmente.
O disco traz releituras de uma série de canções importantes da obra solo do artista e de sua antiga banda, além de regravações de outros artistas e até a inserção da inédita “Colonos em Chamas”, uma das faixas bônus do trabalho.
Entre as canções dos Replicantes, “Astronauta”, lançada no segundo álbum d’Os Replicantes “Histórias de Sexo & Violência” (1987), destaca-se pela essência ineditista que diversas das canções ganharam neste disco. Esse também é o caso de “Surfista Calhorda”, originalmente lançada no compacto duplo de estreia da sua antiga banda, que ganha uma versão moderna, revestida de um arranjo seco, porém com uma identidade sonora mais condizente com a sua importância no repertório do artista.
“Sandina”, também de “Histórias de Sexo & Violência”, composição do parceiro Jimi Joe, ganha a participação do próprio Jimi, enquanto “Hippie Punk Rajneesh” (“O Futuro é Vortex”, 1986) é outro grande destaque, já que ganhou tratamento que a deixou incrível, principalmente pelo capricho nos já conhecidos riffs matadores.
A banda que o acompanha neste disco, “Os Comancheros”, dotada de pegada hard-punk possibilita essa nova arquitetura que as canções receberam, principalmente no caso das músicas mais antigas, a maioria de pegada Punk, vertente do Rock seguida por Wander no início de sua carreira.
Entre os clássicos de sua carreira solo, destacam-se a versão enérgica de “Eu Tenho Uma Camiseta Escrita Eu Te Amo” (“Baladas Sangrentas”, 1996), e a versão graúda de “Eu Não Consigo Ser Alegre o Tempo Inteiro” (“Paraquedas do Coração”, 2004), que nem no Acústico MTV Bandas Gaúchas (2005) ficou tão excepcional.
Entre os clássicos de sua carreira solo, destacam-se a versão enérgica de “Eu Tenho Uma Camiseta Escrita Eu Te Amo” (“Baladas Sangrentas”, 1996), e a versão graúda de “Eu Não Consigo Ser Alegre o Tempo Inteiro” (“Paraquedas do Coração”, 2004), que nem no Acústico MTV Bandas Gaúchas (2005) ficou tão excepcional. Em alguns casos, como “Mantra das Possibilidades” (“Eu Sou Feio…mas Sou Bonito!”, 2001) temos releitura reverente à versão original, mas sempre com o destaque para os arranjos mais encorpados.
O disco também abre espaço para alguns covers importantes para a carreira de Wander e para a música gaúcha de uma maneira geral. Em “Um Lugar do Caralho”, gravada pelo artista em seu “Baladas Sangrentas”, há uma homenagem ao recém-falecido Júpiter Maçã. Já “Amigo Punk”, gravada por Wander em 2008, no disco “La Canción Inesperada”, ganha versão milongueira, que mantém a tradicional alma hard.
Outras duas regravações vem de “Buenos Dias” (1999) e merecem destaque: “Quase um Alcoólatra”, baladona da banda gaúcha Chulé de Coturno; e a divertida “Eu Queria Morar em Beverly Hills”, da banda punk pernambucana Paulo Francis vai pro Céu.
O disco fecha com a positivista “Boas Notícias”, de “Camiñando e Cantando” (2010), mas ainda há seis canções bônus, que podem ser adquiridas virtualmente, ou baixadas gratuitamente para quem comprar o disco. Entre elas destacam-se a versão acústica de “Mares de Cerveja” e o hino psicodélico “Jesus Voltará!”, da banda Sangue Sujo.
“Wanderclub”, como o próprio nome sugere, é um convite à diversão e apresenta um repertório que agradou em cheio aos fãs, dando provas da força e da diversidade que o catálogo de Wander possui. Vida longa a um dos maiores bardos gaúchos.