Por Anderson Nascimento
Passado algum tempo desde o lançamento de “Sim e Não”, novo álbum de Nando Reis, o conceito final sobre o trabalho sobe.
Desde as primeiras audições do mesmo, na própria data de lançamento, o álbum foi confinado ao limbo em minha coleção.
Hoje, ouvindo-o sem a sensação de desejo e curiosidade que toma conta de qualquer fã do artista, ou mesmo de música em geral, quando um disco novo é comprado, percebo que o álbum não é tão ruim assim como impregnava-me até hoje a idéia inicial.
É claro de o disco novo não tem o nível de álbuns anteriores como “12 de Janeiro” e “Para quando o arco-íris encontrar o pote de ouro”, mas posso destacar alguns momentos que já cativaram cadeira na história de Nando. “Sim” e “N”, são dois bons exemplos disso, músicas belíssimas que trazem a leveza como marca registrada, característica dos discos de estúdio de Nando Reis.
Falando nisso, é realmente uma pena que os álbuns de estúdio do artista não tenham a visceralidade de discos gravados ao vivo como “Infernal” e “Mtv Ao Vivo”, uma pena mesmo. Por incrível que pareça, o momento mais agitado é quando Nando interpreta a constrangedora “Monóico”.
Para não perder o fio da meada, o primeiro single do disco, “Sou dela” é outro momento decepcionante, uma música tão previsível que imaginamos em alguns momentos o que o artista vai cantar, mesmo sem conhecer a letra.
Bastando isso, outros momentos são interessantes, como “Espatódea” (!?), quase uma canção de ninar e mais uma música feita para a sua filha. “Para luzir o dia” não parece muito com o álbum, tem um clima meio épico, lembra um pouco alguma coisa da época do “A Letra A”.
Após alguns anos de efetiva carreira solo, “Sim e Não” é um disco que consolida o formato dos álbuns do artista, um hit aqui outro ali, mas no fundo, no fundo, apenas mais um disco.