Por Anderson Nascimento
Zeca Pagodinho foi descoberto por Beth Carvalho, a quem Zeca chama de madrinha, nas rodas de samba do Cacique de Ramos, sendo convidado para gravar um samba de sua autoria em parceira com Arlindo Cruz , no disco de 1983 da própria Beth Carvalho. Depois disso, Zeca participou da coletânea “Raça Brasileira”, onde obteve um grande destaque com várias composições suas, entre elas, pagodes como “Leilão”, “Mal de Amor” e “Garrafeiro”.
Tendo o seu nome ventilado como a grande revelação do Pagode, derivação do Samba que tomou conta das rádios nos anos oitenta, Zeca foi convidado para lançar o seu primeiro álbum solo, que instantaneamente tornou-se um sucesso avassalador, vendendo um milhão de cópias.
Estão lá canções como “SPC”, “Quando eu contar (Iaiá)”, “Coração em Desalinho”, “Casal sem-vergonha”, “Judia de mim” e “Brincadeira tem hora”, só para citar as mais conhecidas. Outra curiosidade do álbum é o fato de cinco, das doze canções serem de autoria de Zeca em parceira com Arlindo Cruz, Beto Gago, Beto Sem Braço e Wilson Moreira, fato pouco comum na maior parte de sua carreira.
A tradição carioca do Partido Alto está representado nesse disco, um dos álbuns mais representativos do Pagode, com os sambas “Hei de Guardar Teu Nome” (Arlindo Cruz-Adilson Victor) , “Vou lhe deixar no Sereno” (Beto Sem Braço, Jorginho Saberás) e “Macumba da Nêga” (Domínio Público.), o que mostra a diversidade do álbum.
Após esse álbum, Zeca Pagodinho passaria a lançar disco anualmente, salvando-se algumas poucas exceções, marcando sempre presença nas mais tocadas do rádio, se apresentando em programas de TV, lançando DVDs , e, principalmente em festas e churrascos Brasil a fora.