Por Anderson Nascimento
Eu sei que este cd já é de 2002, mas nunca é tarde para se comentar um álbum, pois esses comentários sempre ajudam alguém a ter uma noção sobre determinado cd de um artista. Principalmente em se tratando de um disco que eu tenho certeza que muita gente torceu o nariz quando viu a capa, literalmente monstruosa.
Confesso aos amigos que fiquei com vergonha de sair da loja, na época do lançamento, com o cd com esta capa nas mãos. Além disso, também em 2002, quando o último dos Raimundos foi lançado, eu não o encontrava nas lojas por menos de R$ 30,00.
Finalmente, no mês passado, quando as Lojas Americanas nos proporcionou um verdadeiro deleite no que diz respeito a comprar cds, colocando centenas e centenas de títulos à R$9,90, incluí o "Kavookavala" no meio das dezenas de cds que comprei.
Lendo e ouvindo comentários sobre o álbum, eu já sabia que este era bom. E não me decepcionei ao ouvir, os Raimundos conseguiram manter o nível dos cds antigos, digo, mais pesados, da banda. Isso porque os Raimundos já estavam meio bobões com músicas como "Me lambe" e "A mais pedida". Fora a capa do disco "Só no Forévis", que dispensa comentários né?
O último cd dos Raimundos é pesado. Lembra em algumas faixas o som feito no primeiro disco, é o caso de "Crocodilo Meio Quilo" e "Baixo Calão", e claro, remete principalmente ao peso do "Lapadas do Povo". As faixas são curtinhas e muito bem produzidas, nota dez para o Rafael Ramos e para Carlos Eduardo Miranda, os produtores. Outro atrativo do álbum é que ele tem uma certa coesão entre as faixas, e parece contar uma história que gira em torno de um tal monstro Kavookavala.
A faixa de abertura "Fique!Fique!" até que tocou bem na época de lançamento do álbum e é um dos destaques do disco, bem como a faixa "Joey" em homenagem à Joey Ramone que é a melhor disco. Outro destaque do disco é música "Mas vó", muito bacana, mesmo!
Fora isso o disco tem a balada "Vento Certo" bem bacana, e a participação mais que especial do Derrick do Sepultura na faixa título.
As composições, a voz do Digão, e a concepção em geral me agradaram muito. Uma pena que após este disco os Raimundos tiveram a perda de mais um integrante. Quem não se lembra que o Canisso abandonou a banda e foi para o Rodox do antigo vocalista dos Raimundos Rodolfo?
É aquilo, a cada show que fico sabendo que os Raimundos arrebentaram, a cada evento que eles participam (a saber, participaram recentemente do tributo aos Secos e Molhados "Assim Assado" e também do show da virada do ano em São Paulo) eu vibro junto e torço que o Digão continue levando a banda à frente.