Por Anderson Nascimento
Após uma recepção aquém do esperado para o seu último álbum solo de estúdio “Scream”, lançado em 2009, Chris Cornell deu um tempo em novas produções, passando um tempo com os companheiros de Soundgarden, na reunião do grupo ocorrida em 2010.
Mesmo com o Soundgarden na ativa, Chris encontrou tempo para voltar a gravar e lançar um álbum de inéditas, após seis anos de hiato. O disco traz um repertório de sonoridade semi-acústica repleto de canções melancólicas, embora acompanhadas com o equilíbrio habitual do artista.
A faixa de abertura, que também é o primeiro single do álbum, é a típica faixa que caracteriza a sua carreira solo, ou seja, refrão marcante, vocal estridente e arranjo impecável. A sequência com a forte “Dead Wishes” confirma a expectativa de um grande disco, que tem como destaque os arranjos que proporcionam ao mesmo tempo firmeza e sutileza, fato que pode ser percebido ao longo de boa parte do disco, principalmente em canções como as sentimentais “Worried Moon” e “Through Window”, ou ainda “Murderer of Blue Skies”, a canção mais pesado do álbum.
Entre diversos bons momentos do álbum está a faixa que dá nome ao álbum, “Higher Truth”, canção repleta de emoção e texturas que variam da balada para o Rock, mostrando que inspiração para o álbum não faltou ao vocalista do Soundgarden.
Ainda que a bateria da maioria das faixas do disco seja resultado de programações feitaspor ele mesmo, o disco tenta fugir da malsucedida sonoridade Pop de seu último álbum, herdada da produção do rapper e DJ Timbaland, sendo reconhecido desta maneira apenas na faixa “Our Time in Universe”, que encerra a chamada versão standart do disco. O álbum ainda possui uma versão deluxe que agrega mais três faixas e uma versão remix de “Our Time in Universe”.
O belo trabalho tem sido muito bem recebido pela crítica, e certamente vai agradar aos fãs que curtem o perfil mais baladeiro de Chris Cornell, já que neste álbum o seu lado roqueiro é percebido, porém pouco exigido.