Resenha do Cd The Hollies / Hollies, The

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THE HOLLIES
HOLLIES, THE
1974


Por Anderson Nascimento

A carreira da banda inglesa The Hollies, que incrivelmente ainda está na ativa, e conta hoje com dois membros originais, o guitarrista Tony Hicks e o baterista Bobby Elliott, sempre foi marcada por altos e baixos.

Se os singles da banda eram muito bem aceitos pelos críticos e pelo público, com os álbuns a coisa não funcionava assim dessa forma. Apostando quase sempre em regravações de compositores da safra dos anos cinqüenta, os primeiros discos da banda eram muito pouco autorais.

Com o passar do tempo, na tentativa de acompanhar as “viagens” das bandas que estavam apostando no psicodelismo, e modernizando o som e estilo, como os Beatles, Stones e Who, a banda capitaneada por Graham Nash, resolveu ousar e apostou em discos que não foram inicialmente muito bem recebidos pelos seus fãs, por serem extremamente anticomerciais. São dessa fase os discos “Evolution” e “Butterfly”, ambos de 1967.

Com o fracasso comercial dos álbuns, a banda tentou resgatar o seu estilo original, o que fez com que Graham Nash resolvesse pular fora da banda alegando “diferenças criativas”, dando lugar ao guitarrista Terry Silvester.

A partir daí, a banda seguiu com álbuns sem muito prestígio, sustentada pela bela voz de Alan Clarke. Clarke por sua vez, desanimado após a saída de Graham Nash, seu amigo e fundador de banda, também saiu do grupo para tentar uma carreira solo.

Com o fim do contrato da banda com a EMI em 1971, e o novo contrato assinado com a Polydor, os Hollies, já com o novo vocalista, o cantor sueco Mikael Rickfors, lançaram o primeiro single “The Baby”. Mas a banda não contava que a EMI pinçaria do último álbum com Clarke, “Dintant Light”, um single. A música “Long Cool Woman in a Black Dress”, um Rock a lá Creedence Clearwater Revival, que os cataputou para as primeiras posições nas paradas de sucesso. Trazendo Clarke de volta ao lar.

E é esse o cenário do disco “The Hollies”, lançado em 1974. Uma banda cheia de inspiração e animada com a volta de um de seus fundadores. O disco foi um verdadeiro sucesso, trazendo o single “The Air That I Breathe” que já havia sido gravada anteriormente por Phil Everly da dupla “The Everly Brothers”, sem muito sucesso. Mas a versão com o The Hollies foi responsável por uma bem sucedida continuidade da banda e é, mesmo após muitas regravações, a versão definitiva dessa música.

O disco em si é uma grande surpresa. Um misto de tudo que estava rolando naquela primeira metade da década. O disco vai de Rocks cortantes como “The Day That Curly Billy Shot Down Crazy Sam McGee“ ( inclusive é o outro single do disco) que sege a linha de “Long Cool Woman”, até baladas com forte influência da Black Music que ganhava cada vez mais espaço nas rádios da época, como “Pick Up the Pieces Again”, uma linda balada que resume a inspiração da banda para esse álbum.

“Don´t Let me Down”, uma balada composta por Alan Clarke, que é figurinha certa em coletâneas da banda, e inclusive fez sucesso no Brasil na época do lançamento, é uma das melhores músicas do álbum e só enriquece essa jóia rara que é esse disco.

Ainda no time das baladas, temos uma música que segue a linha dos anos cinqüenta “Love Makes The World Go Round” composta dessa vez por Clarke em parceria com Terry Silvester, que só reforça o entrosamento dos compositores principais da banda, juntamente com Tony Hicks.

Em “Transatlantic Westbound Jet“ a guitarra ácida típica dos anos setenta toma conta, com um riff inesquecível, e em “Out On The Road” novamente temos uma porrada cortante, que até tenta se inspirar nos anos sessenta, mas acaba mais voltada para um Rock no estilo “Three Dog Night”.

“The Hollies”, é um daqueles discos que te fornece um pouquinho de cada coisa, com uma dose balanceada entre os Rocks e as baladas, mostrando uma banda inspiradíssima, querendo provar que ainda tinha o seu valor, e com isso, conseguiram produzir o seu melhor disco em anos, mas infelizmente nunca mais atingiram um nível tão alto novamente, voltando novamente às paradas somente com o disco ao vivo lançado em 1977.

Resenha Publicada em 06/06/2009





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