Por Anderson Nascimento
Sem soltar um disco de inéditas desde “7 Vezes”, lançado há cinco anos, O Rappa está de volta com “Nunca Tem Fim”, seu nono álbum, dono de uma belíssima capa desenhada por Mike Deodato Jr., desenhista da Marvel Comics. Após essa longa espera, no entanto, assusta e acaba sendo estranho encontrar um álbum com apenas dez músicas, fato inédito na carreira da banda.
A abertura do álbum, com a faixa “O Horizonte É Logo Ali”, porém não é muito animadora. A música traz a voz de Falcão perdida, abafada e distorcida em meio ao instrumental, resultando em algo confuso, o que definitivamente não foi um bom cartão de visitas.
Ao longo do álbum, porém, temos boas notícias. Um fato que permanece intacto no novo disco do Rappa é a irrepreensível produção do álbum, fator que sempre acaba sustentando os discos mais recentes da banda, mesmo quando as composições não são assim tão relevantes. Dessa forma, canções como “Fronteira (D.U.C.A)” e “Sequência Terminal”, esbanjam qualidade no quesito produção.
Vale a pena ressaltar que o primeiro single do disco, “Anjos (Pra Quem Tem Fé)”, foi uma boa escolha para representar o álbum, aliás, foi a melhor escolha possível, já que a canção é destaque absoluto desse novo trabalho da banda. Após o single, porém, o álbum incrivelmente apresenta uma vertiginosa queda de qualidade.
No geral, além do single, o disco consegue apresentar outros bons momentos, caso de “Auto-Reverse”, mais uma vez com destaque para a cama sonora. Outro destaque é a canção “Boa Noite Xangô”, momento intenso e de muita força que corrobora o fato de que a fé é um tema recorrente nesse novo álbum.
No fim das dez canções têm se a sensação de que faltou alguma coisa no disco e, apesar de o álbum trazer bons momentos, esperamos sempre muito mais de uma banda que já lançou discos como “Rappa Mundi”, “Lado B Lado A” e “O Silêncio Q Precede o Esporro”.