Resenha do Cd Tré! / Green Day

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TRÉ!
GREEN DAY
2012

WARNER MUSIC
Por Anderson Nascimento

“Brutal Love”, baladão cheia de peso que abre o último capítulo da recente trilogia de discos do Green Day, já dá pistas em seu início que há alguma melancolia no ar. Na verdade, há muita melancolia neste novo disco do Green Day.

Que a situação em que se encontrava Billie Joe Armstrong à época das gravações influenciou na composição e produção dessas faixas não restam dúvidas, mas se a banda propositalmente tratou de juntar as canções mais tristes da trilogia em um mesmo CD, somente eles podem responder.

Até mesmo Rock como “X-Kid”, canção com temática que envolve a passagem da adolescência para a fase adulta, tem sua dose de melancolia. O disco segue quase todo nessa linha, a exceção fica com “99 Revolutions”, já no finzinho do disco, onde podemos ouvir finalmente o Green Day “descendo a mão”. Já no caso de “Sex, Drugs & Violence”, a canção poderia até se tornado um grande Rock, mas segue a mesma linha dramática das outras, o que de forma alguma tira o brilho da mesma.

O disco carrega ótimas faixas, caso de “Missing You”, “Dirt Rotten Bastards”, que lembra as Óperas Rock construídas nos discos anteriores, e “Walk Away”, uma das melhores faixas do álbum.

Mas as baladas estão mesmo por toda a parte ao longo do disco, e nessa linha vale citar “Drama Queen”, faixa calcada no violão, e “Amanda”, faixa simples e curiosamente a terceira canção com nome de mulher da trilogia.

Se o disco abre com uma balada, o conceito do álbum se fecha da mesma forma com “The Forgotten”, linda canção que encerra o disco e uma das melhores músicas lançadas em toda a trilogia. A canção fala de tempo perdido, temática que, em consonância com outras do mesmo disco, revelam o pêndulo do disco está mais para o lado sentimental da coisa.

No fim do disco (e da trilogia) é fato de que o saldo é bastante positivo, já que cada um dos três álbuns tem grandes canções, e algumas delas realmente vão continuar a ser lembradas como canções importantes na discografia da banda, outras, claro, serão esquecidas. Mas vale pontuar a coragem da banda em embarcar nesse projeto, mesmo sabendo que tantos artistas se deram mal lançando discos duplos (triplos, etc.), ou discos em sequência com pouco tempo entre os lançamentos, como acabou de fazer o Green Day. “Tré!”, no entanto, carrega a medalha de ouro e é o melhor disco dessa corajosa e, por que não, bem sucedida empreitada da banda.

Resenha Publicada em 14/01/2013





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