Após o lançamento de American Idiot, álbum aclamado e carregado de críticas políticas após o fatídico 11 de Setembro, o Green Day tem demonstrado uma busca por uma solidez na sonoridade da banda.
Se em 21st Century Breakdown, trabalho lançado em 2009, que fica atrás de grande parte da premiada discografia de um dos grupos mais influentes do estilo, o trio já mostrava que a criatividade havia dado lugar a um cansaço e uma evidente zona de conforto, onde eles destilaram canções praticamente iguais durante as 16 faixas do álbum, em 2012 eles pareciam migrar para um novo caminho.
Três anos depois, o Green Day anunciou a trilogia, Uno!, Dos!, Tré!, que serão lançados, num espaço de meses, com término em Janeiro de 2013.
Em "Uno!", a banda encontra seus melhores momentos quando deixa sua zona de conforto, e o faz muito bem em faixas como a excelente "Kill The DJ", candidata a melhor do cd, e a rápida "Nuclear Family", que poderia fazer parte do grande "Dookie"! As baladas encontram os holofotes nas belíssimas "Rusty James", onde a voz de Billie Joe tem grande destaque, "Sweet 16", com um refrão inspirado em "Extraordinary Girl", lembrando momentos interessantes de "American Idiot", e o primeiro single "Oh Love" que, apesar de arrastado em alguns momentos, tem a assinatura do grupo.
Apesar disso, boa parte do álbum passa desapercebido. Músicas como "Carpe Diem", "Loss Of Control" e "Troublemaker" não surtem efeito nenhum, e mesmo os refrões grudentos de "Let Yourself Go" e "Fell For You", não são fortes o bastante para se ouvir até o final.
No mais, para uma banda que enche estádios, possui milhares pelo Mundo e uma fortuna imensurável, talvez eles só queiram se divertir. Em "Uno!", o Green Day consegue ser, no máximo, divertido. Não espere muito mais que isso.