Por Rodrigo Paulo
Quem viveu a febre da era da eurodance em meados dos anos 1980 deve se recordar de um jovem que cantava hits como “Never Gonna Give You Up”, “Whenever You Need Somebody”, “Together Forever”, “Hold Me In Your Arms”, e posteriormente de “Cry For Help” e “Hopelessly”, duas baladas românticas que estouraram nas rádios FM no início dos anos 1990. O tempo passou e Rick Astley chegou aos 50 anos de idade e 30 anos de carreira.
Durante o seu segundo período de hiato, em meados dos anos 2000, se viu tornar um viral na internet quando algum nerd engraçadinho criou o Rickroll (Quem acessava a internet a em 2007 provavelmente caiu na pegadinha que levava o usuário até o link do vídeo de “Never Gonna Give You Up” no site de vídeos YouTube). Passados alguns anos, com a agenda de shows pelo mundo retomada, era hora de voltar ao estúdio, compondo e produzindo suas próprias músicas para lançar “50” (não, esse não é mais um disco da Adele).
Depois desse resumo dos últimos anos da carreira de Rick Astley, vamos falar do que interessa. “50” é um disco leve, com boas baladas que seguem uma pegada gospel sem ser um disco religioso, e que refletem muito bem o atual momento do cantor inglês. Sua qualidade vocal, que já era muito boa no início da carreira, se encontra impecável nesse novo trabalho.
As faixas que atuam como carro chefe do novo trabalho são “Keep Singing” e “Angels On My Side” e abrem o disco em clima de alto astral, ambas as faixas foram divulgadas como singles antes do lançamento do disco e chamou atenção dos fãs para a grande novidade que estava por vir. Das faixas mais agitadas “Pray With Me” e “Coming Home Tonight” ganham grande destaque da fase mais pop do disco, são dançantes e muito bem produzidas. “This Old House”, “God Says”, “I Like The Sun”, seguem a mesma linha pop, ótimas faixas que possuem boa pegada e trazem um ar de frescor ao pop de Rick Astley.
A fase pop rock compõe a outra fase musical presente no disco. Além das faixas que abrem o disco que compõem essa fase temos “Let It Rain”, uma boa faixa que contém uma bela casadinha do cantor com o backing vocal. “Somebody Loves Me” se destaca como a faixa mais rock do disco, vale a pena prestar atenção nas guitarras assim como a faixa “Pieces”. As baladas mais calmas ficam por conta de “Wish Away” e da linda “Let It Be Tonight”, balada piano e voz que encerra o disco com chave de ouro.
“50” carrega em todos os seus detalhes o que o Rick Astley aprendeu em anos carreira. Ótima produção musical e composição. O cantor está em boa forma visto que estava há mais de uma década sem lançar nenhum trabalho inédito. O único ponto fraco do disco foi ver os singles que Rick lançou entre 2010 e 2012 como “Lights Out” e “Superman” ficarem de fora de um disco oficial. Pelo menos por enquanto. Apesar dessa pequena queixa o cantor está merecendo colher os frutos de sua nova fase na carreira e na vida.
“50” é o registro de uma grata surpresa para todos os fãs que aguardavam ansiosos por um novo trabalho de Rick Astley. Merece o primeiro lugar de vendas (posição inédita para o cantor nas paradas de sucesso) não apenas no Reino Unido, mas também em vários países.