O som de um disco gasto e o badalar de vários sinos dão o mote da abertura do primeiro álbum “cheio” da banda paulista “The Snobs”. A sentença é uma perfeita mostra do que está por vir no disco, pois já na primeira faixa, “Atemporal”, a banda vai direto ao assunto e entrega o seu estilo: instrumental vigoroso, letras bem escritas e interpretação forte.

As influências são diversas, já que a banda é composta por seis cabeças pensantes oriundas da cidade de Paraibuna, no interior paulista. Mas é perceptível ouvir uma pegada, tanto instrumental quanto ideológica, de Raul Seixas, um bom exemplo disso é a funestra e obscura “Corpo Seco”.

Canções como “Paradoxo” versam em sua beleza sobre os grandes questionamentos da vida, em uma letra que te pega de jeito já na primeira audição e que, com grande interpretação, é candidata à grande hit do disco.

O instrumental praticado pelo grupo ao longo das doze faixas do disco é outro destaque da banda, muito disso devido a sua riqueza e modernidade sonora, ora lembrando o New Brit-Pop, caso de “Sublime a espera do inferno”, ora lembrando a virada dos anos oitenta para os noventa, caso de “Laboratório”.

Canções como “Maktub”, um dos grandes sucessos da banda, e a maravilhosa “Duas pra lá, duas pra cá”, que inclusive ganhou um belíssimo vídeo-clipe, fazem a banda se tornar ainda mais palatável, provando que a banda conseguiu produzir um álbum com ingredientes diversos, o que tem muito mais chance de cair no gosto dos convidados que degustarem esse saboroso álbum.

O CD também vai agradar bastante aquelas pessoas que gostam de curtir o disco com o encarte nas mãos, devido às deliciosas e inventivas letras, que acabam fazendo com que a banda tenha um estilo e formato bastante particular. Falando nisso, o projeto gráfico do álbum é um destaque à parte, tanto pela arte que adorna o disco, quanto pelo formato digipack, inventivo e bonito.

A banda The Snobs tem tudo para continuar a ganhar espaço e conquistar ainda mais fãs e admiradores, pois são competentes e possuem um belo produto em mãos, que é esse disco inteligente, divertido e bem gravado.