“Choro Chorão”, clássica composição do repertório setentista de Martinho da Vila, apresenta com ares de requinte o disco que merecidamente reafirma em seu subtítulo a sua coroação de “Rainha Do Chorinho”. Havia, até o ano de lançamento desse álbum em 1975, um hiato de quinze anos desde que a cantora lançou o seu último álbum “cheio”.

A importante obra acaba de voltar ao mercado fonográfico por intermédio do selo Discobertas, em uma edição caprichada que recria a arte do disco original, reproduzindo inclusive os depoimentos de importantes admiradores e colaboradores.

A seleção do repertório foi feita pela própria cantora, que chegou aos noventa anos em 2011, e escolheu uma seleção repleta de clássicos com grande relevância em sua trajetória, caso de “Tico Tico No Fubá” (Zequinha de Abreu), canção responsável por despontar sua carreira, e “Brasileirinho” (Waldir Azevedo – Pereira da Costa), eterno clássico do choro.

Delicioso também é testemunhar Ademilde Fonseca, então com cinqüenta de quatro anos, emprestar sua voz às composições do jovem Paulinho da Viola na tenra “Meu Sonho”, ou em “Amor Sem Preconceito”, clássico também assinado por Candeia.

Nascida no Rio Grande do Norte, a cantora é parte ainda atuante do grupo “As Eternas Cantoras do Rádio” e, após a coroação como “Rainha do Chorinho”, ainda teve uma bem sucedida carreira na Tv como apresentadora da TV Tupi.