Resenha do Cd Ecos Do Acaso E Casos De Caos /
Jay Vaquer
ECOS DO ACASO E CASOS DE CAOS
JAY VAQUER
2018
INDEPENDENTE
Por Rodrigo Paulo
“Ecos Do Acaso E Casos De Caos” é o décimo disco de carreira e o oitavo disco de inéditas lançado pelo cantor Jay Vaquer. Após o lançamento da coletânea “La Guapa Payola” em 2017 já estava mais que na hora de termos uma nova safra de composições do cantor. As 10 faixas do disco são de autoria do próprio Jay e saíram de um outro repertório de aproximadamente 40 composições do musical “Tilt – Quando É Que A Vida Começa?”. Criação teatral do próprio cantor e ainda inédita. Apesar da difícil tarefa de gravar apenas um quarto de todas as canções do projeto temos uma boa história lítero-musical.
A produção e mixagem do disco ficou mais uma vez sob responsabilidade dos excelentes Moogie Canazio e Andre Dias. Parceria que Jay Vaquer não abre mão. Nos instrumentos nomes de peso como o baterista Jamie Wollam (Tears For Fears), o guitarrista Rafael Moreira (Steve Wonder, Steve Tyler, entre outros), o baixista Sean Hurley e o tecladista Jamie Muhoberac (Avenged Sevenfold, Joe Coccker, Phill Collins, entre outros).
Jay Vaquer ousou e acertou em focar nos detalhes. O disco está com uma sonoridade mais encorpada. É impossível ouvir o disco mais de uma vez num bom som sem encontrar um novo detalhe. Seja um efeito de guitarra, o back-vocal feito pelo próprio cantor, enfim. Toda vez que se ouve as faixas do disco é uma novidade que aparece. A sensação de um áudio mais aberto é nítida e facilita essas descobertas.
Sobre as faixas, não há o que reclamar. Temos o que Jay Vaquer sempre soube fazer. Boas composições, letras ácidas, realistas e, também românticas. A ordem das faixas casou muito bem com a proposta de contar a história de “Tilt”.
O repertório possui equilíbrio para contar a vida e os conflitos da nossa protagonista. As excelentes faixas “Despas De Deux” (que é o single do disco) divide os momentos mais pancadaria com “Tona” e “Abrigo” e são alguns dos destaques do disco. “Fosse (O Dedo E O Gatilho)”, “Missa/2”, “Ecos Do Acaso E Casos De Caos”, “Cada Cadáver” e “Restante” respondem pelos momentos introspectivos da história. “Favas Contadas” também tem cara de single e poderia facilmente tocar nas rádios de rock que ainda existem por aí. Fechando o disco “Questão De Tempo” se mostra uma composição romântica que Jay Vaquer há muito tempo não nos presenteava. Não lembrava de uma composição romântica nesses moldes desde os tempos do disco “Formidável Mundo Cão” (2007). A música é a mais suave e fecha o disco de forma bem despretensiosa. Esse é o final feliz que sempre esperamos encontrar nas histórias.
“Ecos Do Acaso E Casos Do Caos” surpreende pelos detalhes. Quem se atentar sempre terá algo novo para ouvir nesse disco. É um trabalho que mantém a identidade do Jay Vaquer, mas traz uma experiência inédita com sua música.
Resenha Publicada em 06/06/2018
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