Por Anderson Nascimento
Com um estilo vocal enquadrado no nível do que se tem feito de melhor entre as novas cantoras da Música Popular Brasileira, a cantora Aretha Marcos estréia em seu primeiro álbum da fase adulta surpreendendo a quem, através do álbum, tem o primeiro contato com a sua atual fase.
Aretha, filha do cantor Antônio Marcos e da cantora Vanusa, começou a carreira ainda criança, em especiais infantis promovidos pela Rede Globo, inclusive lançando várias músicas em projetos deste tipo. Aos 11 anos a cantora lançou pela Warner o seu primeiro disco, com participações do Tremendão Erasmo Carlos e de Liminha na produção do disco.
Depois disso, a cantora investiu no canto e passou a cantar em bares e casas de show no Rio de Janeiro e São Paulo, até, após participar de inúmeros projetos, chegar a esse álbum, considerado por ela como seu verdadeiro primeiro álbum.
Com explícitas influências de grandes divas da música como Nana Caymmi, Nina Simone, Aretha Franklin e Billie Holiday, a cantora transita entre um repertório calcado em sonoridades longínquas e a música atual, o que proporciona um meio termo entre o moderno e o vintage, dando um formato completamente especial ao disco, onde tudo é tratado com muito carinho, desde os belos arranjos, até os coros, espertos e adequados.
A cantora dá provas de que está atenta ao som contemporâneo ao se sair bem em suas duas composições que fazem parte do álbum, em especial na segunda música do disco “Tudo Que Posso Com Você”, que traz interessante letra e pegada que tende ao Rock. A outra canção composta por Aretha no disco é “A Mulher do Sacana”, uma profunda viagem ao som feito nos anos setenta.
As outras composições inéditas apresentadas no disco abrem espaço para um belo time de compositores com interessantes temas, como na hilária “Na Telha” de Kleber Albuquerque ou ainda “Escada Abaixo” de Eduardo Pitta e Xande Mello.
Dentre as releituras, Aretha faz uma divertida versão de “A Little Less Conversation” conhecida na voz de Elvis Presley, destancado-se também a gravação de “Non, Je Ne Regrette Rien” de Edith Piaf e uma versão pop e inspirada de “Because” dos Beatles.
O irrepreensível trabalho de estréia da cantora agrada em cheio já na primeira audição, além de ventilar ares de uma carreira estável e promissora. Bom saber que temos ótimas e novas talentosas cantoras em nossa música.