Por Anderson Nascimento
A banda Cage The Elephant ficou conhecida no Brasil após a participação no Lollapalooza, em abril de 2012, mas o grupo já possui três álbuns lançados, sendo o mais recente o petardo chamado de “Melophobia”.
Para quem não conhece, o som da banda é o resultado da fusão bem sucedida de música eletrônica com levadas de música pop tradicional, fato que dá liga e ajuda a moldar o estilo bem peculiar do grupo. Tanto que na abertura do álbum a banda encaixa o Rock nervoso e excitante “Spideread”, que de maneira única consegue encantar o ouvinte já nos primeiros segundos do álbum.
A sequência é o arroubo “Come A Little Closer”, single e hit (inclusive no Brasil) que inicia inofensiva, mas vai se transformando em uma avalanche sonora coroada com um refrão grudento e tenro.
Um diferencial da banda é conseguir pegar temas simples como em “Telescope” e transformar em canção, nesse caso com uma profunda busca do eu interior em uma mensagem acolhedora e positivista. A capacidade que o grupo possui de encantar o ouvinte de primeira viagem também impressiona. Canções como “Halo” cumprem bem esse papel, já “Black Widow” parece estar no disco com o único propósito de te fazer dançar, enquanto “Teeth” certamente quer te fazer pirar.
Não há de se dizer que a banda inventou algo novo, mas sim que eles conseguiram compilar alguns dos melhores momentos da música feita nos últimos dez anos e condensar no som que eles podem chamar de seu. Há momentos, por exemplo, em que nota-se algo de Artic Monkeys, em outros há levadas que remetem a grupos como MGMT, Pixies, Strokes e até Beatles, como no caso da psicodélica “Hypocrite”.
Mas de todo o ótimo terceiro disco do grupo, há algo ainda mais incrível para se destacar. Trata-se da canção “Cigarrete Dreams”, que de maneira mágica encerra o disco. A música é daquelas que conseguem arrancar um sorriso nosso mesmo naqueles dias em que nada dá certo. Apesar de o álbum ter sido lançado em 2013, essa canção saiu em single lá fora apenas no de agosto de 2014, e no Brasil começou a tocar apenas no início de 2015.
“Melophonia” significa medo de música e, neste caso, este é realmente a sensação que se sente ao ouvir esse disco, medo mesmo, só que medo de se apaixonar por esse grupo.