Por incrível que isso possa parecer, o “novo” disco do elétrico Jimi Hendrix é o décimo segundo a ser lançado após a sua morte, e reza a lenda que o baú ainda tem diversos tesouros esperando para ganharem vida, mesmo passados mais de quarenta anos desde a sua morte.
No disco estão doze gravações inéditas de faixas gravadas em sua maioria entre o período de 1968 e 1969, nos estúdios Record Plant Studios em Nova Iorque, que estavam sendo preparadas para o disco “Electric Ladyland”.
A rigor, nenhuma faixa é desconhecida, porém as versões que nele estão valorizam cada centavo gasto na compra do álbum. Já que dizer que as canções são incendiárias é “chover no molhado”, então vale citar a qualidade sonora do disco que, em momento algum, deixa transparecer que se trata de ensaios e sobras de estúdio. Falando nisso, outro ponto muito bacana é a composição do encarte do disco, recheado de informações sobre as canções, da forma que um disco obrigatoriamente deveria ser.
Entre os ótimos momentos, estão uma versão de “Hear My Train a Comin”, onde Hendrix é acompanhado bateria de Buddy Miles e pelo baixo de Billy Cox, e a explosão roqueira de “Let Me Move You”, capaz de deixar qualquer ouvinte feliz.
É obvio que o disco tem também o caráter mercantilista da coisa, mas há respeito com a obra do artista em termos de disponibilizá-la para os pesquisadores e admiradores do seu trabalho. Sou bastante a favor desse tipo de lançamento, uma vez que Hendrix jamais produzirá algo novo, e que ainda há (e sempre haverá) público interessado nesses fonogramas.