Resenha do Cd Both Sides Of The Sky / Jimi Hendrix

BOTH SIDES OF THE SKY title=

BOTH SIDES OF THE SKY
JIMI HENDRIX
2018

SONY MUSIC
Por Valdir Junior

Mais um “novo” disco de Jimi Hendrix? Essa pergunta vem logo à tona quando é anunciado que chega ao mundo outro álbum “inédito” com as gravações do saudoso guitarrista, morto há quarenta e sete anos. Em vida, Hendrix deixou apenas três álbuns de estúdio e um ao vivo, mas a paixão pela música e por sua guitarra fez de Hendrix um super ativo músico, que quando não estava num palco, estava dentro de um estúdio gravando. E destas míticas sessões de gravações que vem “Both Sides of the Sky”, o mais recente lançamento de Jimi Hendrix.

Desde que a família Hendrix recuperou os direitos das gravações de Jimi em 1997, eles vêm realizando um trabalho meticuloso e sério com a obra do guitarrista, e com isso arrumando a bagunça que foi a discografia póstuma de Hendrix entre os anos 70 e 80 com discos esquisitos, mal planejados, e o ápice da heresia, regravados com músicos que nunca haviam se encontrado em Jimi. Enfim, desde “First Rays of the New Rising Sun” de 1997, o disco que Jimi planejava lançar antes de morrer, a família vem periodicamente abrindo o baú mostrando bastante coisa guardada e relevante.

Segundo o relese de “Both Sides of the Sky” este CD fecha uma trilogia que começou com “Valleys of Neptune” de 2010, e “People, Hell and Angels” de 2013, discos baseados em outtakes, jams, faixas alternativas, experimentais ou inacabadas produzidas pelo lendário produtor Eddie Kramer que trazem mais luz sobre o trabalho do guitarrista.

“Both Sides of the Sky” traz treze faixas que cobrem em sua maioria o ano de 1969, um dos períodos mais férteis na carreira de Hendrix, e traz também as primeiras gravações em estúdio do que um dia seria a Band of Gypsys, banda com o baixista Billy Cox e o baterista Buddy Miles que só lançou um único álbum ao vivo autointitulado em 1970.

São destaque do CD as faixas, “Hear My Train A Comin”, uma faixa recorrente nestes últimos discos do guitarrista, que aqui aparece num alternate take selvagem da gravação de estúdio feita com a formação clássica do Experience com Mitch Mitchell e Noel Redding; "$20 Fine" e "Woodstock" duas faixas gravadas em setembro de 69 com Stephen Stills do Crosby, Stills, Nash & Young. O disco também apresenta "Things I Used to Do", um blues “safado” que conta com o auxilio luxuoso de Johnny Winter na outra guitarra e "Georgia Blues" com os vocais e o saxofone de Lonnie Youngblood, o band leader para quem Hendrix trabalhou no início de sua carreira, aqui a gravação é de um reencontro dos dois em março de 1969.

Como curiosidade maior em “Both Sides of the Sky” temos a faixa instrumental "Cherokee Mist" onde Hendrix toca cítara e um alternate take de “Lover Man” música derivada de “Rock Me Baby” que Hendrix vinha experimentando ao vivo e no estúdio.

Para aqueles que são fãs, colecionadores ou estudiosos da obra de Jimi Hendrix, podem achar esse “Both Sides of the Sky” mais do mesmo, e um tanto repetitivo, mas ouvidos menos atentos ou mesmo aqueles que nada conhecem do guitarrista, podem a vir a se deliciar com uma faixa ou outra, e podem até, vejam só, soar até como novidade. De qualquer forma, ainda vale a pena ter mais um disco de Jimi Hendrix do que nenhum e sempre será bom manter em evidência a música de Jimi Hendrix para os novos ouvintes.

Resenha Publicada em 09/05/2018





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