Lançada junto com um pacote de outras quatorze reedições em CD, a coletânea “Só Samba Quem Tem” foi pras lojas originalmente em 1975 pela gravadora Tapecar, trazendo uma compilação de sambas de artistas que faziam parte de seu catálogo.
E olha que era um catálogo respeitado, munido de nomes como Gilson, autor e intérprete do sucesso “Poxa”, Noite Ilustrada, intérprete do sucesso “Volta Por Cima”, além dos bambas Xangô da Mangueira, Zé Di, Vicente Mattos e Candeia.
Mesmo os momentos não tão conhecidos, como as canções citadas acima, trazem sambas que trafegam dentro da rica sonoridade que o Samba se servia à época, o que faz dessa coletânea um disco interessante e valioso. Um desses casos é “Resto de Amor”, interpretada por Vicente Mattos, que chega a lembrar de alguns momentos mais melancólicos e seminais de artistas como o saudoso Agepê. A mesma observação pode ser feita a partir de “Meu Recado”, canção interpretada por Zé Di, repleta de força e de uma performance corretamente compatível com a canção de sua própria autoria.
E o que dizer do prazer de pôr este disco para ouvir e poder aproveitar o enfileiramento de canções como “Acalentava” do Candeia, “O Velho Batuqueiro” do Xangô da Mangueira, “Quem é De Samba Chora” do Gilson, “Bloco da Madrugada” do Noite Ilustrada, entre outras, e imaginar que estamos em uma viagem no tempo, participando de uma roda de samba verdadeiramente de raiz?
O grande barato desse CD é situar o Samba nessa importante ocasião, quando o estilo já tinha passado a ser grande vendedor de discos e estava, exatamente nesse momento, se consolidando e se transformando.
Bela descoberta do Selo Discobertas, principalmente pelo fato desse título estar debutando no formato CD.