De início tenso, “A Simple Song” abre os trabalhos no novo disco dos veteranos do Deep Purple. O solo de guitarra de Steve Morse anuncia uma faixa melancólica e isso faz parecer um prenúncio do que o ouvinte vai encontrar em “Now What?!”. Porém no meado da faixa a banda apresenta um complemento caótico que mistura a voz forte de Ian Gillan, o órgão vivo de Don Airey e uma cozinha bem azeitada com Roger Glover e Ian Paice. Esse é bem o que o se encontra ao longo do novo disco da banda - primeiro álbum desde 2005 -, ou seja, caos e perfeição de mãos dadas.
Duas coisas chamam muito a atenção no novo disco do Deep Purple. A primeira é a onipresença do órgão, o que em muitos momentos aproxima o som da banda ao Rock progressivo como fica evidente em "Après Vous". A segunda é o estilo defendido pela banda na faixa “Vicent Price” que remete automaticamente à obra de Alice Cooper, mesclando terror e Rock pesado, e revelando que o disco tem o dedo do produtor Bob Ezrin, famoso produtor de artistas como Alice Cooper, Kiss, and Pink Floyd. Falando em Rock pesado, ele também aparece em outros momentos no álbum em faixas como “Out of Hand”, música que traz o incrível e marcante estilo setentista.
A melancolia citada no início do texto está representada nesse disco motivada pela dor da perda do amigo Jon Lord, falecido em 2012 e lembrado nas faixas “Above and Beyond” e “Uncommon Man”.
Vale ressaltar que algumas canções do disco também trazem refrões fáceis, que te fazem sair cantando já na primeira audição. Esse é o caso da ótima e pesada “Hell To Pay”, e da Pop “Bordyline”. Enquanto faixas como "All the Time in the World" agradam, poucos são os momentos mais tediosos como “Blood From a Stone”.
O saldo final de “Now What?!” é bastante positivo, evidenciando que a banda trabalhou com afinco para entregar um bom álbum, e não apenas buscou simplesmente adicionar mais um disco à sua obra.