Por Anderson Nascimento
Já foi o tempo em que a banda mineira Jota Quest fazia o Pop pelo Pop. Desde o álbum “Até Onde Vai” (2005) o grupo vem subindo a ladeira no que diz respeito a qualidade de seus discos.
Uma grande prova disso é “A Vida Não Tá Fácil Pra Ninguém”, funkão abrilhantado pela presença de Nile Rodgers (Chic), figura que tem sido habitual nos últimos trabalhos do grupo. Com um jeitão de bailão setentista a canção é um belíssimo cartão de visitas.
A faixa seguinte, “Blecaute”, é no mínimo, desafiadora, já que conta com a funkeira carioca Anitta, além de também contar novamente com Nile Rodgers. Bem aceita desde o seu lançamento como single, a canção já caiu no dial das rádios e mantém o nível do disco lá em cima.
As participações especiais também ajudam a oxigenar o álbum, e faz com que Mista Raja, que emenda um Rap em “Sexo e Paixão”, Stuart Zender, no balanço “Mares do Sul”, e Zapp, na chiclete “Doces Lábios”, contribuam com um diferencial para o resultado final do disco.
Entre outros momentos marcantes estão “Um Dia Para Não Se Esquecer”, faixa se aproxima de um Reggae, mas que se verte para um refrão Popzão, e o SambaRock “Risco Brasil”.
Já “Beijos em Paris” é canção leve e de bom refrão. Falando em refrão, “Para Quando Você Se Lembrar de Mim”, é uma das melhores nesse quesito, e tem tudo para se tornar um novo grande sucesso da banda.
O maior mérito do disco é fazer o ouvinte sentir o seu balanço, como pode ser percebido em “Freak Fonk Funk (Até o Sol Raiar)”, faixa que torna impossível a tarefa de não querer sentir vontade de dançar.
Para quem desistiu do grupo antes de “Até Onde Vai”, cansado de esperar pelo som que destacou o grupo a partir de 1996, está na hora de dar uma chance aos mineiros e passar por cima de alguns pré-conceitos. É claro que a vibe do grupo hoje é outra, um trabalho (ainda) mais Pop, mas agora seguindo um caminho muito mais bem pavimentado e, de certa forma, seguro.
Em um ano de poucas novidades no cenário musical nacional, o Jota Quest se destaca e consegue superar os seus últimos (bons) trabalhos com um disco que consegue ser relevante, mesmo que o seu objetivo seja unicamente o de fazer o ouvinte dançar e se divertir.