Juntamente com Celly Campello, Sergio Murillo foi pilar fundamental na fundação e sedimentação do Rock brasileiro pré Jovem Guarda. Carioca, Sergio foi um grande sucesso tanto no rádio quanto na Tv, chagando até a participar como ator e cantor nos filmes "Alegria de Viver" e “Matemática Zero, Amor Dez”.
Coroado como Rei do Rock pela “Revista do Rock”, Sergio é tido como precursor do Rock pesado devido a sua gravação de “Lúcifer”, canção que foi bastante criticada em nas época de lançamento.
Com o crescente sucesso da Jovem Guarda e a incompatibilidade de seu Rock anos cinquenta, o cantor partiu para o exterior a fim de desbravar novos horizontes, onde estourou em países sul americanos, incluindo o Peru, país que virou sua moradia e onde gravou dois álbuns cantados em espanhol.
Esses álbuns acabam de aportar pela primeira vez ao Brasil, graças ao trabalho de redescoberta e preservação da memória musical feita pelo selo Discobertas.
“El Muchacho de Oro Del Brasil” foi lançado originalmente em 1966 e, curiosamente, mostra Sergio sincronizadíssimo com o som que estava sendo feito na época. A primeira parte do disco, onde o cantor é acompanhado pela banda Los 007, provam essa atualização sonora do cantor em faixas como "Lágrimas" e “Al Compás Del Amor”.
Já a segunda parte do disco, o lado b do LP original, mostra Sergio acompanhado pela orquestra Andrés Coblert, onde se destacam, dentre outras faixas, o Rock “La Bruja”, além das versões latinas de “Deixa Isso Pra Lá”, sucesso reconhecido no Brasil com Jair Rodrigues, e “La Chica de Ipanema”, versão de “Garota de Ipanema” de Tom Jobim e Vinícius de Moraes.
O disco também agrega nada menos que oito faixas bônus retiradas de compactos, além da arte original de capa e contracapa, e da reprodução do texto-release original em espanhol.
Trata-se de mais um importante lançamento que ajuda a manter viva a memória de Sergio Murillo, além de ajudar a contar a história de uma figura tão importante para a música brasileira.