O grande destaque deste álbum temático de Seu Jorge é mesmo a variedade de misturas. Apostando em temática popular, o artista acerta em cheio ao servir aos convidados um pouco de Samba-Rock, Funk, Soul e muita Black Music temperada com ingredientes com o sabor dos anos setenta.

O disco retrata histórias e personagens do dia-a-dia do povão, ou seja, vizinhas gostosas, mulheres festeiras, parceiros, criando uma trilha sonora para os festões de portas abertas nos domingões da vida.

A entrada do churrasco oferecido por Seu Jorge ao público é generosa, logo de cara o prato principal é servido, a picanha do churrascão é mesmo a faixa “A Doida”, música que já deu provas de seu valor ao tocar sem parar nas rádios.

O baladão “Quem Não Quer Sou Eu” em ritmo mais lento e charmoso, também já conseguiu alcançar um lugar de destaque no repertório do cantor, o que faz da canção outro destaque dessa nova leva de canções inéditas do artista.

A forma vocal de Seu Jorge impressiona em “Véia”, faixa onde o cantor esbanja talento na forma peculiar ao qual ele a interpreta. Merece destaque também a produção do álbum, munida de arranjos variados, adornados com metais, órgãos e elementos do Samba, dando um sabor especial ao álbum.

No geral o disco vai muito bem, apresentando momentos deliciosos como “Dois Beijinhos”, e de pura animação como a convidativa “Dia de Comemorar” e a festeira “Olê, Olé”. O único momento em que o churrasco dá uma esfriada é em “Japonesa”, canção de letra não muito inspirada, apesar de ser completamente contextualizada dentro do álbum.

O “Vol.1” que completa o nome do disco sugere que o disco ganhará uma ou mais continuação - fala-se em uma trilogia - daí deverão aparecer outros personagens, algo que Seu Jorge já demonstrou que sabe fazer muito bem, que o diga “Burguesinha”, “Mina do Condomínio” e por vai. Só resta saber se essa linha continuará interessante ao longo de suas continuações, dessa forma cabe ao Seu Jorge usar o seu talento para continuar contando histórias de maneiras diferentes e atrativas.