Por Anderson Nascimento
O compositor mineiro Pacífico Mascarenhas bancou de seu próprio bolso o custo de aluguel de estúdios, despesas de hotel, com o objetivo de registrar as românticas composições que ele costumava fazer para ilustrar serenatas e reuniões musicais com amigos.
Mal sabia ele que estava escrevendo uma importante página na história musical do país, ao ser o primeiro artista a gravar um disco independente no país, algo extremamente comum nos dias de hoje.
O disco, gravado na Companhia Brasileira de Discos, no Rio de Janeiro, traz canções que passeiam entre o Fox-Trot e o Samba Canção, alternando canções instrumentais com canções que trazem a participação vocal do cantor Marcus Vinícius, e do pianista Paulinho, além da bateria de Dario e do baixo de Alvarenga. Curioso que tanto o cantor quanto o pianista, não quiseram emprestar seus nomes ao disco, usando os codinomes creditados no disco por receio de usar seus verdadeiros nomes.
À época dos mil discos encomendados, apenas oitocentos e oitenta foram realmente prensados. Após alguns desses discos terem sido distribuídos em rádio de Belo Horizonte, as mesmas colocaram o disco para tocar, o que resultou na venda de todos os discos pela loja Sérgio Luiz Discos, em apenas uma semana.
Cinquenta e três anos depois, o disco acaba de ser reeditado pelo selo carioca Discobertas, em edição especial, reproduzindo cuidadosamente o álbum original. Após o lançamento do disco original, Pacífico Mascarenhas continuou compondo e continua recebendo prêmios por sua obra, inclusive nos dias de hoje.